Arnobio Rocha Crise 2.0,Roteiros Crise 2.0: Hora do balanço (Post 149 – 103/2011)

150: Crise 2.0: Hora do balanço (Post 149 – 103/2011)

 

 

“Voa sem confusão, desde o supernoempíreo,

à vária terra, ao negro inferno!” (Fausto – Goethe)

 

Este pequeno blog tem se dedicado a questão da crise, que aqui denominamos de Crise 2.0, não por modismo, mas porque tem a ver com uma nova dinâmica das crises do capital, pois ela começa no centro do capitalismo e não na periferia, como de costume nas últimas grandes crises.

O trabalho é penoso, pois, além de não ter muito tempo, falta material mais confiável, há também meus limites teóricos e, por não está em organização política, sinto carência de mais debate. Porém por estar pensando sem qualquer amarras consegui me livrar de algumas armadilhas próprias das organizações partidárias de esquerda, por exemplo, ver em cada crise como a última, ou a crise terminal. Esta visão dificulta pensar mais globalmente as saídas que o capital vai gestando, piores ou não, eles geram”soluções”, que sem uma alternativa fora e consciente, não há crise que dissolva o capitalismo. Pode haver um longo processo de desagregação, de guerras regionais, mas ele não se acaba por si, nem pela crise de Superprodução.

Aqui estão sequenciados todos os escritos acerca da crise iniciados em final de abril, já são 19 contribuições ao debate, como forma de discutir o que é central, para mim, no mundo atual: A Crise 2.0:

  1. Crise Mundial e Mundo Novo ;
  2. Crise 2.0: Um fantasma ronda a Europa – Dissolução do Euro;
  3. Crise 2. 0 – Itália um case de insucesso;
  4. Crise Mundial 2.0 (2008-2011);
  5. Crise 2. 0 – Desdobramentos;
  6. Crise 2. 0: Crise Terminal?;
  7. Crise 2. 0: A questão Ideológica;
  8. Crise 2. 0: A Resistência é possível?;
  9. Crise 2. 0: A Visão do BC do Brasil;
  10. Crise 2. 0: A decadência sem Elegância;
  11. Crise 2. 0: (des)União Europeia;
  12. Crise 2.0 -Soluções e “Humor”;
  13. Crise 2.0: Estados Unidos da Europa;
  14. Crise 2.0: Riscos das Agências;
  15. Crise 2.0: Desemprego, Juventude e Rebelião;
  16. Crise 2.0:Heroico Povo Grego;
  17. Crise 2.0: de Maastrich a Bruxelas;
  18. Crise 2.0: Europa – uma nova fase de incertezas;
  19. Crise 2. 0: Presente Grego;

Infelizmente sinto que os grupos e partidos pouco tem tornado público o seu debate interno sobre a crise, o que leio de alguns é de lamentar, o desarmamento teórico diante de uma conjuntura tão rica, cheia de significados históricos, a própria mídia brasileira não acompanha o que passa no mundo, ou quando decide informar continua presa a tese do pensamento único, que já se rompeu no mundo há pelo menos 3 anos, mas aqui vai demorar uns 10 anos para se quebrar.  A Academia também estar produzida debate, papers, textos sobre a Crise, mas sem está dentro dela raramente chega até nós.

Este conjunto acaba empobrecendo o debate, as intervenções, as novidades políticas se perdem nesta escuridão teórica que atinge a todos nós. Aqui mesmo neste espaço, sinto pouco interesse em questionar o que escrevo ou necessidade de contribuir com comentários, isto vai cansando, tirando energias para quem escreve sob duras condições, mas continuo teimando…não sei até quando.

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0 thoughts on “150: Crise 2.0: Hora do balanço (Post 149 – 103/2011)”

  1. Importante e utilíssimo trabalho, Arnobio! E digo: #TeimaArnobio! Teima e publica. Não é confete. Há uma lacuna sobre esse tema e você está fazendo um trabalho excelente. Abraço

  2. Bom dia Arnobio !!!

    vc tem razão, vivemos na época da urgência e da superficialidade; então, o debate fica reuzido, pois, as pessoas dão tudo como fato consumado e digerem qualquer coisa feito avestruzes. Mas, isso, ao invés de desistimular deve servir de desafio para alguém como vôcê que não se conforma nunca.
    Um abraço
    Jorge (@jaer51)

  3. Suas observações são, como sempre, muito lúcidas e bem colocadas.
    Uma das coisas mais importantes no capitalismo é a capacidade que tem de modificar suas formas de atuação em resposta às crises que ele mesmo gera. E isto acontece tanto por reformas nos meios de dominação, quanto na porrada mesmo, quando acha necessário, ou se sente ameaçado. E é para isso que precisamos atentar.

    1. Beleza, Lufeba, era o que eu ia dizer. Talvez fosse bom relembrar as saídas a que o capitalismo recorreu até hoje (seria isso possível para um companheiro que trabalha o dia inteiro, tem família e muitos afazeres?)… Muito ajuste, muita porrada e até a cerca nas áreas ricas. Penso sempre em Mad Max, chegaremos lá? O capitalismo é um camaleão que sobrevive da camuflagem, o danado.

  4. Sou a maior preguiçosa para comentar… olha só, ontem à noite o Emir Sader tuitou o link abaixo, do El país. O que consola é que a carência de análise não é só nossa, http://t.co/EaTuVH4K , mas se vê que o preço da falta dela pode ser alto.

    Vamos em frente que atrás vem gente!!!

    Beijos e não desanimes “nunca jamás!”

  5. Eu faço o mea culpa mesmo, difícil comentar mas se serve de consolo, leio tudo e aprendo muito aqui com você. Espero que continue e vou tentar melhorar :)

  6. Acho sensacional essa compilação de textos que você está publicando, inclusive pode ser um material, posteriormente, possível de publicação impressa. Eu concordo com você nas avaliações, acho que apesar do caminho seja democratizar o acesso, a informação tem de ser de qualidade, só assim o debate será enriquecido. O seu material é de grande valor, tanto que tomei a liberdade de coleta-los e distribuir para camaradas de partido, mandei para o e-mail de um monte de gente, sobretudo os mais interessados nos desdobramentos da crise européia. Abraços, espero que continue a produzir mais materiais.

  7. A falta de clareza de propostas de saídas concretas para a crise, deixa duas facçoes da esquerda, apesar do aparente antagonismo, na mesma posicao imobilista. De um lado o excessivo pragmatismo, de outro um esquerdismo que deixa pouco espaço para açoes concretas. O economico determina o politico, mas é do segundo que devem vir as mudanças e as novas pautas. Você colocou a sua visão e outras?

  8. Arnobio,
    vou ecoar as palavras dos que comentaram antes de mim.
    E faço minhas as suas reclamações.
    Considero que há um vazio inexplicável,
    pouquíssimas análises e quando estas aparecem, o debate é muito pouco.
    Parece haver uma certa indiferença com esta crise de proporções mundiais
    em certos ambientes progressistas.
    A que se atribuiria isto?
    Insista.
    Não desista, por favor.

    1. Beatricce,

      não desisti, escrevi um novo texto, mas é uma puta tristeza ver o vazio de debate, posts bem simplórios como os meus até entendo, mas não ler textos que tratem da crise, é uma tragédia.

      Vou fazendo um pouquinho, quando ainda tenho energia, mas cada dia menos prazeroso, você escreve e ver quantos acessos e quantos comentários, me pergunto: Para que escrever?Ninguém quer saber mesmo

      Arnobio

  9. Em tempo,
    não acredito que das mangueiras dos bombeiros da TROIKA
    [Banco Central Europeu + Comunidade Européia + FMI]
    jorre água,
    a meu ver, jorra gasolina.

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