Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0:"ambiciosas e surpreendentes"

164: Crise 2.0:"ambiciosas e surpreendentes"

 

 

A Crise 2.0 é tão cruel com a Espanha, que mesmo tendo eleito um governo de Direita, claramente identificado com o “Deus Mercado” ela continua sendo punida de forma impiedosa. Esta punição tem sido feita pelo mercado com as elevadas taxas de redescontos para novos títulos da dívida espanhola.

Nesta semana a Espanha renegociou títulos de “curtíssimos prazos” os de 3 meses pagou 5,1% de juros e os de 6 meses 5,2%. Na semana passada os de 10 anos foram com taxas anualizadas em mais de 7%, um caos, para combalida economia do país. Apenas para comparar, Portugal e Grécia que faliram completamente pagaram respectivamente 4,9% e 4,1% por seus títulos, ambos países estão sob custódia do BCE e do FMI, dando maior confiabilidade aos seus títulos.

Mas a maior explicação para esta desconfiança é culpa do eleito, que mesmo sendo de um partido claramente mercadista, fez uma campanha sem programa, sem anunciar nenhuma medida que tomaria, contou apenas com o imenso desgaste dos “socialistas”.

Obviamente que os agentes do mercado representado pelas suas “fúrias”, as agências, mandou um recado duro ao Sr Rajoy, que ele tem que dizer a que veio, não pode esperar mais um mês para mostrar seu programa de austeridade, que ele tem um prazo de apenas 15 dias, coisa que ele aceitou fazê-lo. Fitch e Standard Poor’s (S&P) exigem medidas que ele tome “ambiciosas e surpreendentes” . E a Fitch explica:

“surpreender positivamente os investidores com um ambicioso e radical programa de reformas“. Segundo a agência, Rajoy terá de “legislar para tomar medidas adicionais com vistas a cumprir os objetivos de déficit”. (Estadão, 23/11/2011)

Na outra ponta a Executiva-mor da Zona do Euro, Merkel, também ameaçou seu colega espanhol, que ele não pode protelar, senão a Espanha se torna inviável:

Merkel, em um telegrama enviado a Rajoy, pediu que as reformas que estão por ser feitas ocorram “sem demora”. Segundo a chanceler alemã, Rajoy “recebeu do povo um mandato claro para decidir e colocar em prática rapidamente as reformas necessárias neste período difícil para Espanha e Europa“.(Estadão de Hoje, 23/11/2011).

O círculo se fecha de forma inexorável, até a reunião de cúpula da EU dia 09/12, Rajoy pode ir, mesmo sem ter assumido o cargo. A Catalunha que já vem fazendo ajuste fiscal pesado desde 2009 anunciou novo corte de 10% de todos seus gastos, que incluirá demissão de funcionários e redução de salários, além de aumentar as tarifas de água, transporte, saúde e das mensalidades e tarifas das universidades. Este é o caminho que é apontado para o Governo Central.

Imagine a tragédia de um país que já tem 23% de desempregados, entre os jovens chega aos 50%, paga um dos menores salários mínimos da Europa, com a economia em queda, a receita que vão aplicar é: Mais cortes e sacrifícios ao já sofrido povo espanhol.

 

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