Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Chuva de Trilhões

251: Crise 2.0: Chuva de Trilhões

 

 

Desculpe aos amigos que acompanham esta série sobre a Crise 2.0 se o tema parece repetido, mas não é, são como no Direito aquilo que chamamos de “crime continuado”, a ação do BCE e do FED de abrir as torneiras e provocar uma tsunami de capitais, tem impacto imediato não apenas na Zona do Euro ou nos EUA, ela provoca desequilíbrio fiscal no mundo inteiro.

Em apenas 2 meses e 8 dias o BCE despejou mais de 1 trilhão de Euros, em títulos de 3 anos, pagando juros de 1% ao ano, um valor irrisório, que é captado por bancos privados, estes emprestam com ganhos que podem ser 3, 4 ou 5% ao ano, um “lucro”  fácil demais, que demonstra como os Banco Centrais, na sua função de Estado, intervem na economia real e favorece justamente os “agentes de mercado” que jogam a economia de países inteiros no caos.

Celso Ming, hoje no Estadão,nos dá conta de que “Só nas duas operações desse tipo – a desta quarta e a de 21 de dezembro – o BCE, presidido pelo italiano Mario Draghi, despejou mais de 1 trilhão de euros”. E de que “Desde 2008, o BCE emitiu nada menos que 3,2 trilhões de euros para tirar o fôlego da crise”. Porém, reconhece ele, que ” esses mecanismos não resolvem os enormes problemas que estão nos fundamentos do euro; apenas desmontam fatores imediatos de pânico que uma quebra em cadeia dos bancos provocaria. Nessas condições, ajudam a ganhar tempo que pode, em princípio, ser aproveitado pelas autoridades para encaminhar soluções de fundo”.

Como Ming responde pela corrente liberal, sempre olha com desconfiança este tipo de operação, em parte por ser uma intervenção estatal, por outro lado, em sua lógica, este mecanismo gera inflação, impedindo assim que a economia se ajuste. Porém, é incapaz de reconhecer o caos das políticas “livres” sem intervenção do Estado(nem que seja via BCE ou FED).

De outra matiz, Paul Krugman, acha salutar que os BC (BCE ou FED) façam este tipo de intervenção, pois os instrumentos de Estado devem ser usados no combate efetivo da crise, inclusive afirma que “A Alemanha poderia ajudar ao reverter suas próprias políticas de austeridade e ao aceitar uma inflação mais alta, mais o país se recusa a fazê-lo”. Encarando a inflação como apenas um aspecto menor, comparado à Depressão.

Mesmo que ambos(Ming e Krugman) não condenem a intensa transferência de Capital do Estado para os bancos privados, exceto um crítica moral quanto aos ganhos artificiais, nestas operações, cabe a nós, marxistas, apontarmos a verdadeira essência do problema, de como as frações burguesas se apropriam do Estado e usam a seu bel-prazer, pouco ou nada se importando com quem realmente sofre na Crise: A classe trabalhadora e o povo em geral.

 

 

 

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0 thoughts on “251: Crise 2.0: Chuva de Trilhões”

  1. Commentários via FB:
    Pedro Quintas: Esta UE serve o dogma do capitalismo especulativo em vez dos povos das nações que a compõe

    Daniel Sampaio: Vale a pena LER. Fico à espera da análise dos Gurus….”pouco ou nada se importando com quem realmente sofre na Crise: A classe trabalhadora e o povo em geral”. Assino por baixo. Obrigado Cachalote :)

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