Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Alemanha deveria sair da Zona do Euro?

436: Crise 2.0: Alemanha deveria sair da Zona do Euro?

 

A Saída da Alemanha resolve a Crise do Euro?

 

Li ontem um artigo muito interessante que vou publicar e comentar qui na série Crise 2.0, a originalidade da proposta realmente impressiona, e a boa argumentação, mesmo que não ache exequível, não custa a reflexão. Em síntese o Senhor Jahnck Red, Presidente da Consultória Towbsend Group, propõe que a solução da crise do Euro é a saída da Alemanha da zona do Euro. Serve para uma boa leitura no fim de semana.

 

Vale a pena ler o artigo todo aqui ( É melhor a Alemanha sair do euro ), logo de saída o Sr Red diz: “O debate sobre os prós e contras da saída da Grécia da zona do euro não faz referência a um ponto: a saída da Alemanha seria melhor para todos os interessados. Se os líderes europeus não recorrerem a alguma ação radical, como a adoção e execução de algumas das alternativas de reforma por eles levantadas, a união monetária estará fadada à desintegração”.

 

Depois vai alinhavando os argumento que balizam sua proposta: Os problemas da Grécia, Irlanda e Portugal estenderam-se à Espanha, a quarta maior economia da zona do euro. A Itália provavelmente será a próxima. Os outros membros da união monetária não têm condições de ajudar a todos. Sobre a questão grega é categórico em afirmar que “A saída da Grécia da união monetária agravaria ainda mais a situação”. Pois, segundo ele, “perspectiva mais assustadora é que outros países em dificuldade poderiam sair tomados de um pânico incontrolável, com uma corrida aos bancos, falências e desordem geral” […]. A economia global ficaria paralisada e todos indagariam qual seria a próxima peça do dominó a cair”.

 

Ele defende ainda que a a Alemanha deveria sair imediatamente, de forma voluntária, pois “Uma nação poderosa recorreria individualmente à melhor opção saindo de maneira relativamente rápida, concluída antes que o pânico se instalasse. Não haveria nenhuma preocupação quanto a quem sairia e quem não. Sem a locomotiva exportadora alemã, o euro sofreria uma profunda desvalorização, mas não se tornaria uma moeda totalmente destituída de valor, como, por exemplo, a dracma grega, se voltasse a ser emitida.

 

Diz ainda que, com “A saída da Alemanha proporcionaria benefícios imediatos a todas as outras nações da zona do euro. A desvalorização da moeda melhoraria sua competitividade comercial – exatamente o que muitos observadores preconizaram para as nações mais fracas do sul. O balanço de pagamentos da zona do euro melhoraria, proporcionando os recursos tão necessários ao serviço da dívida. Os benefícios cresceriam para a zona do euro como um todo, em contraposição à saída em massa, na qual as nações fracas acabariam esmagadas, pois cada saída aumentaria a pressão sobre o próximo candidato”.

 

Também atenta para problemas, em particular para os investidores e também a crise imobiliária da Espanha e a falência de seu sistema bancário, mas “Aqui a moeda desvalorizada poderia trazer novos investimentos estrangeiros”. E ainda ajudar “os governos poderiam ter de salvar alguns bancos europeus que lutam com ativos podres ou que de alguma forma seriam prejudicados pela desvalorização do euro. A ajuda se imporia à Grécia e a outros países. A Alemanha ainda teria razões para contribuir: sua saída do euro não reduziria seu interesse vital na sobrevivência e sucesso da economia europeia”.

 

Por outro lado, alerta que, apesar da “maioria dos alemães ficaria feliz de ter sua antiga moeda de volta, a Alemanha não sairia ilesa. Suas exportações cairiam porque a nova taxa de câmbio tornaria os produtos alemães muito mais caros no exterior. O país seria energicamente recriminado por violar a ortodoxia da política europeia de integração no período pós-guerra”.

 

Por fim defende que “essa decisão ousada poderia evitar o desastre hoje, e não assinalaria necessariamente o fim do projeto europeu. Segundo a famosa frase, os revolucionários “fugiram para voltar à luta num outro dia”, e acabaram ganhando. A Constituição americana teve um brilhante sucesso depois que a primeira tentativa de união, os Artigos da Confederação, fracassou. Na realidade, a saída da Alemanha poderia preparar o terreno para uma vigorosa reunião no futuro. A aprendida a lição e depois de tomar consciência da realidade econômica, na segunda vez, as nações da zona do euro poderiam obter uma melhor integração.

 

Um problema fatal a toda argumentação, que apesar de muito interessante, é que não leva em conta que a Alemanha se beneficia do caos atual, aliás, incentiva que se aprofunde, pois torna o sul europeu uma “presa mais fácil”, é um imperialismo dentro do imperialismo. Segundo, falta uma grandeza de líderes e uma percepção maior do projeto europeu. Mais ainda, no caso dos EUA, as colônias eram “jovens” não tinha milênios de história de nação e povo independente, daí o recuo não significava que a futura federação estava descartada.

 

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