Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: O "Vendaval Espanhol"

440: Crise 2.0: O "Vendaval Espanhol"

 


O vendaval não desarruma só o cabelo de Rajoy - foto: El País

 

Vimos hoje aqui na série Crise 2.0, que as eleições gregas, vencidas pela Direita, se assemelhava à campanha do Rei Pirro à Itália, Crise 2.0: Grécia – A Vitória de Pirro, o que se pensava que acalmaria ao Zona do Euro, com a perspectiva que as forças vencedoras manterão o país dentro do acordo, cumprindo inclusive o draconiano plano de austeridade traçado pela Troika e imposto goela abaixo, o que apenas aprofundou o caos social da Grécia, conforme mostramos nos dados no referido post.

 

Mas o tal  “refresco” da eleição da Direita na Grécia, não durou nem 24 horas, a situação Espanha, explodiu, como diz a manchete agora do site do El País: “Um vendaval atinge a Espanha, apesar da aposta grega do Resgate“. O prêmio de risco atingiu os 7%, segundo estadão: “Os yields dos bônus de dez anos operam acima do nível perigoso de 7% e os CDS de cinco anos atingiram o patamar recorde de 627 pontos nesta segunda-feira. Por tabela, a Itália também acaba contaminada pelas especulações – a Bolsa de Milão recuou perto de 3% hoje”.


A diferença entre o prêmio alemão e espanhol fechou em 589 pontos, se estes número permanecerem por mais dias , um novo resgate,agora amplo será a única saída. O resgate de 100 bilhões já tinha se mostrado insuficiente, gerando especulação de um pedido adicional de mais 60 a 70 bilhões, que fique claro, isto só se refere ao sistema bancário, não é dinheiro para suavizar a crise da dívida pública, que explodiu em 4 anos para mais que o dobro, passando de 374 bilhões de Euros para os atuais 771 bilhões( número de 31.12.2011).

 

O Prêmio de Risco da Espanha dispara - Fonte El País

 

Os analistas nem tiveram tempo para comemorar a vitória da Direita Grega, comprometida com os Planos de Austeridades, a dura realidade espanhola é expresso assim, no Estadão:  “O anúncio da ajuda de até € 100 bilhões da União Europeia para as instituições espanholas, na semana passada, acabou piorando a situação. A falta de detalhes do plano e o reconhecimento implícito de que o país perdeu a capacidade de se financiar no mercado trouxeram alertas de que um resgate maior poderá ser necessário. […]”Apesar do resultado benigno das eleições na Grécia, a taxa de retorno dos títulos espanhóis disparou hoje e há temores de que o governo tenha de aceitar um resgate total, para financiar também o déficit fiscal”, disse Thomas Costerg, analista do Standard Chartered. (Estadão 18/06/2012)

 

 

O verdadeiro termômetro da Crise - Bloomberg/El País

 

 

 

Ou, como diz o El País, nem deu para comemorar, logo veio o choque de realidade: “O resultado da eleições gregas teve nos mercados uma alegria efêmera. Depois de uma abertura do mercado na Europa, a euforia foi se dissipando em uma jornada que deixou para trás um novo recorde do prêmio de risco e a quinta maior queda da bolsa Espanhola do ano, o Ibex 35″.

 

Pelo termômetro da Crise, os números espanhóis sinalizam fortemente para um resgate total, eles estão piores de que todos os outros na data de seus pedidos de resgates, pior de que os da Grécia inclusive. O que gera uma expectativa não é mais se a Espanha cairá, parece certo, mas se levará junto a Itália, nas palavras do Estadão:“Se necessário, a Europa teria recursos para salvar a Espanha, mas não para resgatar a Itália. Daí a insegurança e a especulação dos investidores contra os ativos italianos. O atual mecanismo de resgate (EFSF) tem capacidade de € 400 bilhões. Como Grécia, Irlanda e Portugal já usaram € 192 bilhões, sobrariam € 248 bilhões, segundo cálculos do Renaissance Capital. Um eventual resgate espanhol contaria com o reforço do Fundo Monetário Internacional”.

 

O “Vendaval espanhol”, nas palavras do El País, pode se transformar num furacão na Itália, aí o caos é total para Zona do Euro, que mundo perigoso, assistimos apreensivos daqui. Paul krugman fala categoricamente: “Bem-vindos aos anos 30”, mas isto é tema para um novo post…

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