Arnobio Rocha Esportes #VaiBrasil: O País do Vôlei

524: #VaiBrasil: O País do Vôlei

 

Uma histórica recuperação Olímpica

Aqui no #VaiBrasil, esta pequena série sobre o Brasil nas olimpíadas, mas precisamente o que consegui ver e torcer, meus esportes prediletos e minha entusiasmada torcida. Os muitos esportes acabam dando um cardápio amplo, cheio de variedades, mas que precisamos escolher alguns e torcer com mais afinco. No meu caso, o judô foi o principal, depois acompanhei a natação, o atletismo, o basquete e o vôlei, este o grande esporte coletivo nacional, o mais espetacular de todos com alto rendimento e resultados.

Acompanho o Vôlei desde 1982, naquele ano, em outubro, o Brasil fez a final contra a incrível URSS, perdemos, um inapelável 3 x 0, mas ali nascia uma paixão grande pelo esporte . Aquele time tinha: 1-Bernardinho, 4-Montanaro, 5-Rui, 6-Renan, 7-William, 8-Amauri, 9-Xandó, 10-Domingos Maracanã, 11-Leo, 12-Bernard, 13-Cacau, e 14-Fernandão.  Era dirigido pelo técnico  Bebeto de Freitas, foi a chama do esporte no Brasil. Em fevereiro de 1983 um maracanã lotado viu uma “revanche”, com 90 mil pessoas, e Bernard sacando o “viagem nas estrelas”, ganhamos de 3 x 1. Ano seguinte, com boicote do leste europeu, Brasil foi vice-campeão olímpico, perdendo para os EUA, ficou conhecida como geração de prata.

Tantos o vôlei masculino como o feminino cresceram muito nos anos 80, os ídolos como Bernard, William, Amaury, Renan, Montanaro, Isabel e Jaqueline, popularizaram o esporte e deram dimensão nacional. A Confederação de Vôlei, soube capitanear um processo de massificação, de ter presença, força, campeonatos e patrocínios, tornando rapidamente o segundo esporte nacional, desbancando o basquete e fazendo frente ao futebol. Mas precisava de conquistas maiores, para solidificar de vez o esporte no coração e mente dos brasileiros.

No começo dos anos 90, o campeonato mundial de vôlei masculino foi no Rio de Janeiro, a sensacional seleção italiana, veio e venceu, era a maior favorita para os jogos de Barcelona, o Brasil foi quarto lugar, mas tinha uma nova geração, que renovava a geração de prata. A equipe dirigida por José Roberto Guimarães tinha: Marcelo Negrão, Jorge Edson, Giovane, Paulão, Maurício, Janelson, Douglas, Carlão, Talmo, Pampa, Tande e Amauri(remanescente de 1984). Uma geração de Ouro se começava a se consolidar ali, a final foi um passeio contra a Holanda, que havia eliminado a poderosa Itália. Brasil 3 x 0.

A terceira geração de Ouro, agora comandada por Bernadinho, lembram daquele baixinho, reserva do William? virou um baita treinador, tanto feminino quanto do masculino, depois de dois fracassos olímpicos, em 2001 ele assumiu e comandou uma intensa renovação, tornando o Brasil hegemônico no Vôlei Masculino mundial.  Nove ligas, Ouro em 2004, duas pratas 2008 e 2012, grandes jogadores: Ricardinho, Nalbert, Giba, Dante, Rodigão, Murilo, André Heller, Gustavo, Giovane(remanescente de 1992), Serginho.

Em 1996 o vôlei de praia deu medalha de Ouro e Prata para o Brasil, com Jaqueline(aquela das quadras) e Sandra Pires, as vices foram Mônica e Adriana. Depois em 2000 e 2004 Adriana Samuel e Shelda foram prata, e agora em 2012 Larissa e Juliana Bronze. Apenas em 2008 as meninas não ganharam medalha, mas são campeãs mundiais do circuito de praia. Os homens no vôlei de praia ganharam: Prata em 2000 – Ricardo e Zé Marco; Ouro em 2004 – Ricardo e Emanoel; Prata em 2008 – com Márcio e Fábio, além de Bronze com Ricardo e Emanoel; Prata em 2012 – Emanoel e Alysson. Muitos títulos mundiais no circuito de praia.

O Vôlei feminino cresceu na sombra do masculino, alguns “traumas” perseguia as mulheres, primeiro o time peruano, que só acabou num sul americano de 1982, aquela geração de Isabel, Jaqueline. Depois tivemos as cubanas de Regla Torres a nos atormentar. A geração de Leila, Fernanda Venturini, Ana Moser, Virna, Ida e Márcia Fu, sofreu nas mãos do timaço de Cuba, que foi tricampeão olímpico. Na famosa semifinal de 1996, o jogo terminou e continuou na delegacia, as incríveis provocações, unhadas e toda sorte de catimba chegou ao auge naquele dia. Mais uma vez elas venceram, Brasil ficou com o Bronze.  A história se repetiu em 2000, nova derrota para cubanas e de novo Bronze.

Uma nova geração surgiu em 2004, quando tudo parecia ter superado o trauma cubano, um jogo contra a Rússia, praticamente ganho, o Brasil chegou 24 x 19 no quarto set, mas não conseguiu virar nenhuma bola, acabou perdendo o set e o jogo. Uma nova renovação e com o mesmo José Roberto, que levou os meninos ao primeiro ouro, a vitória final, Brasil venceu os EUA, com brilho, 14 jogos e 14 vitórias, não deu a menor pinta que iria fraquejar. Uma campanha brilhante, que consagrou : Fofão, Mari, Fabi, Fabiana, Sassá, Jaque, Sheila,Paula Pequeno, Waleska, Waleskinha, Carol e Thaísa. Ali se despedia Fofão a mais experiente e elo de ligação à geração Bronze.

As Olimpíadas deste ano, começou para o vôlei feminino de forma conturbada, o corte de Mari, o grupo sem se acertar, preparação cheia de altos e baixos, parecia indicar um fracasso. Para complicar péssimos jogos iniciais, uma vitória de 3 x 2 contra Turquia, depois duas derrotas com apresentações horrorosas 3 x 1 EUA, depois 3 x  0 para Coréia do Sul. Um jogo dramático contra a China, vencido no 5º set e apenas uma vitória “tranquila”, 3 x 0 na Sérvia, deixou o time na dependência de resultados de outros, sendo salvo pelos EUA que venceram as turcas por 3 x 0.

A desconfiança de ser quarto colocado, salvas pelo gongo, jogou mais pressão, o jogo das quartas era contra o excelente time russo, que foi primeiro na outra chave. Nada indicava qualquer chance de seguir, mas tudo mudou, primeiro que o time reagiu e levou o jogo ao quinto set, um épico final com 6 chances de fechar da Rússia, com incríveis defesas, levou à vitória. Uma semifinal digna de campeão, 3 x 0 contra Japão, que vinha em alto nível, passou a dar esperança, uma Prata era mais do ótimo.

A Final começou com o Primeiro set a lembrar como o Brasil fora mal na primeira fase, um 25 x 11 desmoralizante, parecia que a Prata já era um conforto. Aí, não se sabe de onde, as meninas inciaram um novo jogo, uma incrível e improvável virada, 3 sets seguidos de sonho. O excelente e favorito EUA sucumbiu, mais uma vez, a exemplo de 2008, diante da maior escola de Vôlei do mundo: o Brasil.

O Brasil entrou com 6 equipes, duas na quadras e 4 na areia. Venceu com as meninas, um bicampeonato, foi prata( segunda seguida) com os meninos. Ganhou mais uma prata com Emanoel( três medalhas uma de cada cor, um gênio) e o jovem gigante Alysson,  mais uma Bronze com as líderes do Ranking mundial: Larissa e Juliana. Um desempenho espetacular, de um esporte que cresce, vence, se renova de forma incrivelmente rápida, que mantém um nível muito alto, mesmo sob pressão. Provavelmente Bernardinho e José Roberto saiam, mas a estrutura bem preparada, pode ser a certeza que a transição será bem feita.

Aos dois supercampeões: Bernardinho e José Roberto, nosso eterno agradecimento e saibam que vocês transformaram o Brasil no país do Vôlei. Obrigado.

#VaiBrasil!!!!!

 

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