Arnobio Rocha Literatura Ilíada, Livro I

554: Ilíada, Livro I


Cartaz da peça Ilíada,Livro I

Cartaz da peça Ilíada,Livro I

 

Estava relendo o Livro I da Ilíada, inspirado pelo iogurte “Grego”, e dentro dos meus estudos e publicações sobre a Grécia e Homero( Homero – Um Roteiro ) .Voltei a mergulhar no mundo antigo, peguei o meu tradicional livro com tradução de Carlos Alberto Nunes, para Edições de Ouro, comecei a ler e depois comparar com a outra tradução do poeta maranhense Manoel Odorico Mendes. As diferenças são enormes, não apenas de forma, prosa e verso, mas do próprio conteúdo, escolhas e métodos de transcrever os versos gregos, mas a beleza e o deleite que provoca é imenso.

Confiram os versos iniciais do canto I da Ilíada em cada tradução:

Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos,
Verdes no Orco lançou mil fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem
O de homens chefe e o Mirmidon divino
Nume há que os malquistasse?O que o Supremo
Teve em Latona.Infenso um letal morbo
No campo ateia; o povo perecia,
Só porque o rei desacatara a Crises.
Com ricos dons remir viera a filha
Aos alados baixéis, nas mãos o cetro
E a do certeiro Apolo ínfula sacra.
Ora e aos irmãos potentes mais se humilha:
“Atridas, vós Aqueus de fina greva,
Raso o muro Priâmeo, assim regresso
Vos dêem feliz do Olimpo os moradores!
Peço a minha Criseida, eis seu resgate;
Reverentes à prole do Tonante,
Ao Longe-vibrador, soltai-me a filha.”
(Tradução de Manoel Odorico Mendes)

Ou essa:

Canta-me a cólera  – ó deusa!  – funesta de Aquiles Pelida, causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos inúmeros e de baixarem para o Hades as almas de heróis numerosos e esclarecidos, ficando eles próprios aos cães atirados e como pasto das aves. Cumpriu-se de Zeus o desígnio desde o princípio em que os dois, em discórdia, ficaram cindidos, o de Atreu filho, senhor de guerreiros, e Aquiles divino. Qual, dentre os deuses eternos, foi causa de que eles brigassem? O que de Zeus e de Leto nasceu, que, com o rei agastado, peste lançou destruidora no exército. O povo morria, por ter o Atrida Agamémnone a Crises, primeiro, ultrajado, o sacerdote. Este viera, até às céleres naus dos Aquivos, súplice, a filha reaver. Infinito resgate trazia, tendo nas mãos as insígnias de Apolo, frecheiro infalível, no cetro de ouro enroladas. Implora aos Aquivos presentes, sem exceção, mas mormente aos Atridas, que povos conduzem:

“Filhos de Atreu, e vós outros, Aquivos de grevas bem feitas, dêem-vos os deuses do Olimpo poderdes destruir as muralhas da alta cidade de Príamo, e, após, retomardes a casa. A minha filha cedei-me, aceitando resgate condigno, e a Febo Apolo, nascido de Zeus, reverentes mostrai-vos”

(Tradução de  Carlos Alberto Nunes)

Em anexo o Canto I completo, na respectivas traduções

homero-iiiada Trad Carlos Alberto Nunes

ILÍADA-Canto-I-trad-Manoel-odorico-mendes

A versão integral e o estudo de Manoel Odorico Mendes

Ilíada – tradução Manoel Odorico Mendes

Procurando mais fontes na internet, encontrei um Blog IliadaHomero de um trabalho teatral no Paraná, apresentando o Canto I, um colosso, os versos são a da tradução de Odorico Mendes, o português usado é quase outra língua para os tempos atuais, mas a sonoridade é incrível.

[vimeo]http://vimeo.com/31467846[/vimeo]

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