Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Portugal Castiga os Trabalhadores

558: Crise 2.0: Portugal Castiga os Trabalhadores

 

 

Primeiro-Ministro de Portugal anuncia mais um Pacotaço /foto Patrícia Moreira(AFP)

 

Depois de um certo tempo sem escrever sobre Portugal, aqui na série sobre a Crise 2.0, volto a fazê-lo porque é o país mais obediente aos ditames da Troika, agora depois de 18 meses, podemos analisar o tamanho do estrago que significa o Resgate. Serve também para verificar o que espera Espanha se entrar de cabeça nos planos de resgates. A situação é de penúria geral, mas o governo de Direita, que aprofundar ainda mais no ano de 2013, com um novo Pacotaço.

 

Depois de seguida queda de seus títulos e prêmio de risco, Portugal em menos de dois meses de intenso ataque especulativo, pediu o Resgate à Troika, o valor da “ajuda” chegou aos 78 bilhões de Euros, equivalente a 45% do PIB do país. A primeira exigência da Troika foi o fim das aposentadorias antecipadas, medida cumprida pelo governo do Partido Socialista, que suspendeu qualquer pedido de aposentadoria para pessoas com menos de 65 anos até 2014. A segunda medida que houvesse novas eleições, pois apenas um governo “novo” seria capaz de implementar o Plano de Austeridade.

 

O medo de Portugal cair de vez voltar a situação pré-Euro, fez com que a Direita vencesse com ampla maioria, o peso do pedido do Resgate recaiu sobre o Partido Socialista, o novo governo, em estreita colaboração com a Troika, radicalizou o plano de ajustes: Aumentou os impostos, cortou salários extras na administração pública, cortou empregos, subsídios aos remédios. No início de 2012 impôs uma dura reforma trabalhista, diminuindo o seguro-desemprego, suprimindo férias em troca de estabilidade no emprego.

 

Os resultados são estarrecedores: O PIB recuou 1,6% em 2011, neste ano vai recuar na mesma medida ou mais, o desemprego aumentou de 2009 para cá de 8,9 para 15,2, houve um empobrecimento geral da população, muitos portugueses abandonando o país, devido a falta de perspectiva de futuro. Todas as medidas impostas pela Troika e aceitas pelo governo da Direita, transformada em leis no parlamento que eles dominam. Mesmo diante do fracasso, ontem, Passos Coelho, primeiro-ministro português, foi à Televisão,antes do jogo Portugal x Luxemburgo, para anunciar mais medidas de aprofundamento da Austeridade.

 

O Governo foi derrotado no Tribunal Constitucional, que considerou ilegal o corte de salários extra de Verão e Natal ( uma espécie de décimo terceiro e quarto), diante do fato, Passos Coelho, vai aumentar as contribuições previdenciárias sobre os salários de 11 para 18%, o que na prática é uma redução dos salários em 7%. Assim detalha o Estadão: Entre as medidas está um aumento na contribuição para a Seguridade Social no setor privado. A taxa para os trabalhadores vai passar de 11% para 18%. Do outro lado, a taxa para as empresas será reduzida de 23,75% para 18%. Para o setor público, a contribuição para a Seguridade Social também vai aumentar para 18%. Após cortar os benefícios de salários extras de férias e Natal para os servidores este ano, em 2013 o governo vai restituir um deles, mas o pagamento será feito em 12 vezes, e não mais em uma única parcela. Para aposentados e pensionistas, os dois benefícios serão novamente cortados no ano que vem.

 

Apenas para lembrar, quinta, aqui no Brasil a Presidenta, foi à TV, mas ao contrário dos governos de Direita europeus que só enxergam nos trabalhadores a fonte para pagar a Crise, ela anunciou medidas para incentivar e manter o emprego, além de anunciar a diminuição em 16% do valor de energia, além de baixar os juros bancários, exatamente na contramão do que se faz nos países em crise. Mas muitos não conseguem perceber as diferenças, se conhecessem o que se passa na Europa, entenderia como o governo atual e o de Lula, enfrentam a crise sem sacrificar os trabalhadores.

 

Portugal, Espanha e Itália atacam frontalmente os trabalhadores e o povo em geral, pois não são capazes de pensar diferente, seguem à risca os ditames da Troika( FMI, BCE e UE), o mesmo que fez o governo tucano nos seus oito anos, precisa dizer mais?

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