Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Espanha – 25S e agora?

Crise 2.0: Espanha – 25S e agora?

 

 

 

 

As grandes manifestações que sacudiram a Europa no último mês ( Crise 2.0: UE – Protestos Anti-Austeridade), continuam com mais intensidade nestes últimos dias com a imensa concentração em Madri no denominado 25-S, que confluiu a série de protestos regionais, como dissemos aqui Crise 2.0. Ontem a capital espanhola viu uma gigantesca manifestação de todos os movimentos sociais e políticos reunidos ( Crise 2.0: Espanha – 25S ), com uma violenta repressão do governo da Extrema-Direita, liderado pelo carola numerário,Rajoy, até a imprensa burguesa criticou a violência desmedida.

 

As descrições dos jornais, relatam um quadro de guerra e enfrentamento com dezenas de presos e mais de uma centena de feridos, como diz o Estadão na sua página on-line “Antes comuns apenas na Grécia, as cenas de violência entre a polícia e grupos de manifestantes contrários à política de austeridade chegaram agora à Espanha. Ontem, em Madri, pelo menos 13 “indignados” ficaram feridos e outros 20 foram presos durante um protesto que resultou no sítio do prédio do parlamento, onde novas medidas de rigor vêm sendo discutidas nessa semana. A multidão pedia a demissão do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, que deve anunciar na próxima quinta-feira um novo pacote de aumento de impostos e de cortes de custos e investimentos públicos”.

 

Conforme a mesma reportagem “a manifestação, chamada 25-S – em alusão à sua data – vinha sendo convocada desde agosto nas redes sociais. Só no Facebook, mais de 50 mil pessoas teriam deixado mensagens aos vários grupos que participavam do movimento “Ocupe o Congresso”. Desde que o apelo à mobilização foi lançando, o governo temia protestos de massa. Ontem, eles aconteceram. Enquanto porta-vozes de Rajoy falavam em 6 mil manifestantes, as imagens veiculadas pela imprensa mostravam uma multidão muito maior concentrada na Praza Neptuno, junto ao parlamento. Com gritos de ordem, os “indignados” denunciaram m os “desmandos” dos mercados financeiros e o “sequestro da soberania do povo pela troica” – o grupo formado por técnicos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Outros grupos pediam “um Congresso mais representativo”. No final da tarde, aconteceram os primeiros confrontos, supostamente porque um sindicalista teria escalado a barreira de segurança para afixar uma bandeira do Sindicato Andaluz de Trabalhadores.

 

O Estadão ilustra a matéria com fortes imagens, que segundos eles são “as imagens registradas pela agência Reuters mostraram a seguir agentes das Unidades de Intervenção Policial (UIP), as tropas de choque espanholas, dispersando a massa a golpes de cacetetes e prendendo manifestantes de maneira aleatória. Em menor número, os policiais foram encurralados. Os “indignados” reagiram com chutes e socos e jogando objetos nos agentes que haviam feito prisioneiros”. Toda preparação foi precedida por provocações do governo neofascista que chegou a criar um endereço eletrônico para “delações” anônima, com intuito de criminalizar o movimento, além de espalhar que se pretendia um “golpe de estado”.

 

A grandiosidade do movimento demonstrou o isolamento político e social do governo da Extrema-Direita, sem nenhum apoio popular, apenas sustentado pela ampla maioria conseguida no parlamento, mas sem respaldo algum na sociedade, principalmente depois de impor três planos de austeridades em apenas 9 meses. No dia 27 de setembro, um quarto plano será votado no parlamento, propondo mais sacrifícios ao povo espanhol, sendo este uma última tentativa de evitar o pedido de resgate total, pois o Eurogrupo não aceita mais dar ajuda sem o pedido formal de resgate, o que tornará ainda pior o ambiente do país. Segundo o Estadão “a mobilização na Espanha vem crescendo na mesma medida em que o governo de Rajoy se aproxima de um pedido de socorro a Bruxelas. Essa perspectiva cresceu quando o presidente do BCE, Mario Draghi, estabeleceu o pedido de socorro ao Mecanismo Europeu de Estabilização (MEE) como uma condição prévia à compra de dívidas públicas de um país em crise pela autoridade monetária. A condição, que surpreendeu Espanha e Itália, ampliou a pressão nos bastidores sobre Rajoy para que ele aceite o socorro – e a intervenção da troica.No final da semana passada, o comissário europeu de Concorrência, o espanhol Joaquin Almunia, defendeu o pedido de auxílio. “O risco é que a incerteza custe mais caro que as decisões tomadas”, afirmou na última reunião do fórum de ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo). “As autoridades espanholas devem tomar uma decisão sobre o eventual resgate. O mais arriscado é manter a incerteza.”

 

O caminho para o pedido de resgate parece ser o único que restou ao fracassado governo de Rajoy, assim o país ficará entregue à Troika, sem nenhuma autonomia econômica e política, viverá sob às ordens da Troika, assim como os demais países que pediram resgate, como Portugal, Irlanda e Grécia, seus governos viraram apenas meros fantoches do que a Troika quer, perdendo completamente a soberania. O agravamento da crise fez explodir o movimento separatista de Catalunha, que pretende fazer um plebiscito de separação da Espanha para breve, causando mais desordem no caos.

 

Os indicadores econômicos que tinha recuado para patamares críticos, antes estavam caóticos, voltaram a subir e ameaça volta o caos dos meses de junho e julho. O refresco dado pelas palavras do BCE durante este mês, começa a perder força, empurrando o débil governo Rajoy para o resgate, toda empáfia da direita será engolida, o que provavelmente levará a sua queda, pois, em regra, a Troika exige novo governo, uma arriscada eleição seria a saída. O que será um duro castigo, hoje, o governo felicitava a polícia por reprimir de forma ” eficaz” o 25S.

 

O abismo se aproxima, próximos horas e dias serão mais uma vez tensos tanto no seio do fracassado governo Rajoy, quanto no movimento social e político, acompanhemos.

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