Arnobio Rocha Filmes&Músicas 2 Filhos de Francisco

621: 2 Filhos de Francisco

 

 

O filme “2 Filhos de Francisco” me toca especialmente por falar de sonhos de pais, daqueles pais mais simples, com pouca instrução, mas que projetam nos seus filhos uma vida melhor, naquilo que eles acham ser o melhor para eles, na maioria das vezes são sonhos ingênuos, cheios de fé, que se cumpra uma sina, algo que eles não fizeram, mas quem sabe os rebentos acabem por fazer. A força de um sentimento de felicidade, de que se realize, não importando as imensas dificuldades que a vida e seus caminhos possam levar. A mensagem é simples e direta.

 

A outra questão que me emociona, no filme,  é a saída de casa, ir para longe dos seus, sozinho, nem sempre compreendida pelos pais, o sofrimento que causamos em nossas mães, em especial, por sentirem a falta dos filhos, sei como doeu à minha, quando vim para São Paulo, até hoje, 23 anos depois, ela fala comigo com a mesma emoção e a vontade de que não estivesse longe. A parte final das cenas em aqui, a vida em construção, o apartamento com os colchões no chão, a luta para que as coisas dessem certo e, deram, bate fundo, me identifico com a mensagem.

 

Minhas filhas agora a pouco, pela primeira vez viram comigo, críticas ácidas ao tipo musical, as vozes, sobre as letras até acham que são “passáveis”, mas o estilo não lhes agrada, ouço com paciência, elas têm razão, mas a questão do filme não é estilo musical, mas uma história do Brasil, das pessoas nascidas no campo, expulsas para cidades grandes, a dura batalha pela sobrevivência, o pai que vira pedreiro, a mãe enfermeira, os muitos filhos, coisa comum na década de 60 e 70, incompreensível aos olhos de hoje. E, no meio, a luta de garotos para que o sonho do pai se realizasse.

 

Sei que a classe média, minhas filhas, jamais compreenderão plenamente esta história, que podia ser a minha, assim como uma série de amigos que torceram o nariz, apenas pelo “sertanejo”, perdendo, assim, de entender seu próprio país. As cidades pequenas, empoeiradas, cheias de paisagens perdidas no tempo, quase como se a vida ali fosse outra “vida”, não a nossa dos modernos. Engraçado que, amamos estas estórias “edificantes” contadas por Hollywood, entretanto, detestamos as nossas, o que somos, de onde viemos, por que será? Muitas vezes, penso, que temos vergonhas de nós mesmos, isto vale à Direita e à Esquerda.

 

Mas. o que me importa mesmo, é a emoção que fica, o que me diz, a universalidade do tema, ao contrário do que os modernos pensam, pois pode se passar em Goiás, na Grécia, na Rússia ou nos EUA, afinal, a vida é Sonho.

 

“No dia em que saí de casa minha mãe me disse filho vem cá 
Passou a mão em meus cabelos, olhou em meus olhos começou falar
Por onde você for eu sigo com meu pensamento sempre onde estiver 
Em minhas orações eu vou pedir a Deus 
Que ilumine os passos seus”

 

No Dia Em Que Eu Saí De Casa

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