Arnobio Rocha Filmes&Músicas Gênio Indomável

766: Gênio Indomável


Robin Williams e o então estreante Matt Damon em Gênio Indomável

Robin Williams e o então estreante Matt Damon em Gênio Indomável

 

Toda vez que revejo o filme “Gênio Indomável”( Good Will Hunting,  de 1997), me dá um misto de alegria/ felicidade com tristeza/melancolia, tento equilibrar os sentimentos, para vencer e chorar intensamente em várias partes, claro, há uma enorme identidade com o filme, que a cada vez que o assisto acho-o melhor, vou lendo mais os diálogos e os personagens, como eles são e que signos representam. Ontem a noite não foi diferente.

Resumidamente, o jovem desajustado Will Hunting(Matt Damon) mora na periferia de Boston, vindo de uma família desajustada e com histórico de adolescente brigão e violento que acaba preso várias vezes, sem se emendar. Trabalha como pedreiro em obras com seu amigo Chuckie Sullivan(Ben Afleck). Depois de mais uma de suas confusões, Will, vai trabalhar na limpeza de uma prestigiosa universidade. Após as aulas, durante a limpeza, ele se diverte resolvendo equações matemáticas complexas.

O professor e premiado matemático Gerard Lambeau(Stellan Skarsgard) descobre quem anda aprontando, deixando o quadro “sujo” com tão sofisticado método matemático. Ele resolve “contratar” Will para ajudá-lo na analise de problemas quase insolúveis, que mesmo com toda sua genialidade e vários auxiliares, não conseguem soluções. Will, porém está sob custódia, tem que fazer tratamento psicológico e ter emprego certo, senão voltará para cadeia. Lambeau, perplexo diante da genialidade do garoto, procura vários terapeutas, mas invarialvelmente, Will, os desmoraliza.

Lambeau faz uma última tentativa de arrumar um terapeuta, procurando um velho amigo, Sean Maguire (Robin Williams), que agora dá aulas numa escola e vivendo a tragédia da perda de sua mulher. O conflito entre Will e Sean se estabelece logo na primeira sessão, o genial e presunçoso rapaz, acostumado a desmoralizar seus terapeutas, agora está diante de um adversário osso duro de roer. A vida de Will, mesmo com a descoberta de seus imensos dotes, continua a ser ao lado dos amigos da periferia, porém, animada com uma bela namorada Skylar (Minnie Driver), que conhece na universidade e estar no seu final de curso.

Lambeau faz pressão para que Sean “domine” a natureza de Will, pois precisa que este use seus conhecimentos colaborando com as suas pesquisas, a necessidade de manter seu alto status de prestigiado professor, revela o passado tumultuado entre eles, onde Will é apenas mais uma peça na disputa. A vida abriu mais possibilidades ao jovem, mas sua natureza, parece sabotá-lo.

O conflito de Will com Sean vai muito além entre analista e analisado, os dois são apenas um mesmo personagem, com incrível similaridade, origens, dores e vivências. Sean, superou a vida pobre, teve a oportunidade de virar cientista  receber prêmios, mas teve a coragem de fazer o que lhe faria feliz, numa vida mais simples e humana. Agora diante de Will, ele se ver pelo espelho, sabe que não pode decidir por ele, apenas lhe dará ferramentas para que decida sem medo e que, antes de qualquer coisa, busque a felicidade. Que possa romper com seu passado, com a violência da sociedade sobre ele, da sua violência(Defesa) contra ela.

O diretor Gus Van Sants, transformou o belo e premiado roteiro dos jovens Matt Damon e Ben Afleck num grande filme, belo, sensível, sem apelações ou pieguices. O desenrolar de vários dramas, rupturas são fundamentais na vida, principalmente a hora da escolha(boa ou má) tem que ser feita, a opção da famosa frase que nos fazem, quando criança, o que você quer ser quando crescer? não se encerra numa única opção, mas em qualquer que seja, a resposta dever ser: Quero ser feliz, ou pelo menos tentar ser.

Tem vários bônus neste filme, as belas imagens e a ótima trilha sonora, em 1997, Damon e Afleck eram jovens promessas, quinze anos depois, são confirmados como grandes atores, com carreiras brilhantes, marcada pelo engajamento e seriedade. Robin Williams fez um ótimo papel, ganhou oscar, uma atuação sóbria, sem as costumeiras afetações, que tanto prejudicaram sua carreira.

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2 thoughts on “766: Gênio Indomável”

  1. Tem aquela parte em que Will queima as folhas com suas soluções de equações levando o professor ao desespero. Excelente filme. Preciso assistir mais uma vez.

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