771: Intocáveis

 

Intocáveis: A sensível relação entre Driss(Omar Sy) e Philippe(François Cluzet)

 

 

Determinados filmes, têm o condão de nos por nos eixos, encher de esperanças e voltar a acreditar piamente no gênero humano. São mensagens, muitas vezes cruas, mas que nos calam mais fundo, saímos melhores do filme do que quando entramos. Demorei certo tempo para ver  “intocáveis”(Intouchables), passou no cinema, não tive oportunidade de ver, tava para alugar na tv, também mão aluguei, até que neste sábado, fui à locadora e resolvi alugar. Foi uma grande escolha.

O relato da história do milionário francês, Philippe (François Cluzet), que se ver preso à uma cadeira de rodas, completamente paralisado, depois de um grave acidente, que o deixou tetraplégico. Mesmo com muito dinheiro, não parece simples arrumar um assistente, que cuide dele, numa situação tão delicada. Depois de muito tentar, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem imigrante senegalês, cheio de problemas que foi à casa de Philippe apenas pegar um atestado de que estava procurando emprego, o que lhe garantiria mais um tempo de seguro desemprego.

O jeitão despojado do jovem acaba por conquistar o milionário, que o contrata como uma aposta, pois, Driss não tinha nenhuma experiência, em qualquer coisa, menos ainda para cuidar de um pessoa com paralisia quase total. O acaso, daquele encontro, foi mais do que certo, dois mundos que jamais se comunicaria, em situação normal, leva aquele aristocrata a uma relação mais que humana com aquele jovem estrangeiro,que vivia num gueto violento de Paris. São dois mundos que não se acertaria, exceto numa relação autoritária de mando, de empregado/patrão.

O que se provará ir muito além, a grande questão é que Driss não tratará Philippe com pena, ou dó, ele trata com firmeza, não enxerga no patrão alguém incapaz,  ao contrário, leva-o para qualquer lugar, fugindo dos carros adaptados, ou de tratamentos especiais, parece rude, mas com muito bom humor e ginga vai levando o trabalho com rara eficiência. A confiança entre eles aumenta, todas as adversidades de um mundo de limitações vão sendo superadas, o diálogo entre pessoas de classes tão distantes, de vidas e costumes tão díspares, aflora naturalmente.

A situação dos imigrantes, das ex-colônias francesas, ali demonstrando uma outra Paris, bem diferente dos cartões postais, a extrema violência, as drogas e o desprezo aos valores culturais deste povo de “segunda classe”, convivendo num mesmo país, rico e esnobe dos antigos aristocratas. São elementos, não centrais, mas que acabam como pano de fundo do filme. A solução dada pelos  diretores Eric Toledano e Olivier Nakashe é muito interessante, transformando em leveza, uma tragédia e um conflito.

Um filme para rir, chorar, se emocionar, ótimas músicas, com uma mensagem muito sensível, sem ser piegas. Como faz bem.

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