Arnobio Rocha Reflexões O Perigo de ser Amigo

998: O Perigo de ser Amigo

Amizade

Por mais duro e traumático que seja, devemos aceitar, porque faz parte da vida, que as pessoas entrem em nossas vidas e partam, mesmo sem dizer adeus, ou até breve. Incontáveis encontros e desencontros nos tornam mais cascudos, não sei se melhor ou pior, para suportar a dor dessas separações, daquela convivência alegre, feliz e que nos iludimos de que seria para sempre, nem sempre é verdade. Esses amigos, em determinados momentos, são tudo de importante que lhe aconteceu, mas quando partem, levam junto seu coração e esperança na humanidade.

Pouco importa relatar fatos ou nomes, mas sim a dinâmica desses sentimentos cruéis, minha vida foi marcada por alguns deles, sem dúvida, dei causa a vários rompimentos ou afastamentos, quer seja pela minha personalidade, ou pela minha disponibilidade completa, sem reservas, quando faço uma amizade, ou simplesmente por não “ler” bem o todo. Muitas vezes me faltou cautela, uma noção de que é preciso manter um resguardo, mas não sei ser assim, prefiro viver intensamente, independente do que virá em breve ou no futuro.

Claro estar que não há arrependimentos, apenas uma dor, uma lembrança amarga, um sentimento de derrota por algo que não se completou e foi incompleto. Ultimamente tenho refletido sobre as causas de alguns desses distanciamentos, procurando entender em que momento houve a ruptura, algumas palavras fora de ordem, ou apenas o esgotamento unilateral do sentimento de amizade. Parece dolorido, muitas vezes é, quando você se ver em determinado lugar ou fazendo alguma coisa que tantas vezes partilhou com esse amigo (a), pois vêm na memória aqueles momentos e com eles os seus questionamentos.

A amizade é um risco, como também viver é perigoso demais, continuarei incorrigível, vivendo no perigo, pois gosto de viver, mas viver sem amizades é não viver. Por pior que possa ser a ruptura, não deixarei de tentar e lutar pelos laços de amizades

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6 thoughts on “998: O Perigo de ser Amigo”

  1. Lindo…
    Definiu muito bem o que penso sobre amizade. Algum tempo depois que alguns partem, nós percebemos que foi melhor assim mas ainda fica o amargo da tristeza.
    Parabéns Arnóbio e não deixe de fazer amigos jamais!

  2. A vida, muitas vezes, nos leva a caminhos diferentes e perdemos contato com gente querida, mas, às vezes, ela mesma dá um jeito de consertar a caminhada.

    1. Maria Bevilaqua,

      É fato que a vida nos leva a caminhos diferentes, mas o centro do que falei no texto é sobre o afastamento deliberado, não por contingência da vida. Mas quem saber possa haver um conserto, o que raramente acontece.

      Abraços,

      Arnobio

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