Arnobio Rocha Reflexões O Dia em que Renasci.

1113: O Dia em que Renasci.


Letícia e Luana, minhas duas guerreiras.

Letícia e Luana, minhas duas guerreiras.

Hoje é um dia muito estranho, minha vida mudou completamente quatro anos atrás, exatamente no dia da abertura da Copa da África do Sul, que aguardava com tanta ansiedade, não apenas pelo Brasil jogar, mas principalmente porque a terra de Mandela receberia o mundo numa grande celebração, uma oportunidade histórica, quase uma mea culpa do mundo para com a África, em particular com aquele pedaço do continente,em que o Apartheid político, racial e social foi tão pesado e cruel. Tudo era expectativa.

Infelizmente, naquele 11 de junho, não pude comemorar, nem ficar feliz, por longos dias, semanas, meses e anos, pois naquele fatídico dia minha pequena Letícia foi diagnosticada com Leucemia (#Leucemia : Quando ela bate na sua porta! ), o processo da doença tinha se iniciado, aparentemente, uns 20 dias antes, quando ela começou a sentir dores lancinantes, primeiro nas costas, depois nas pernas, noites chorando sem que acalmasse. Logo de início fomos ao hospital, o plantonista ministrou o uso de Tandrilax( Relaxante muscular) e a procurar um ortopedista.

O Ortopedista pediu uma ressonância da coluna e exame de urina, as dores das costas foram para as pernas, depois para o abdomen, sem que parasse de doer. Até que na sexta, dia 11, fomos ao Hospital Santa Catarina, por uma coincidência, ou milagre, o médico que a atendeu, verificando os relatos, não teve dúvida em pedir um hemograma completo, com contagem de plaquetas. Horas depois, o duro resultado, não havia margem de dúvida sobre a gravidade de seu estado. O plantonista era mestrando em Oncologia Infantil, orientado pela futura “fada madrinha” de nossa vida, a Dra Tet.

Hoje é um dia muito estranho, minha vida mudou completamente quatro anos atrás, exatamente no dia da abertura da Copa da África do Sul, que aguardava com tanta ansiedade, não apenas pelo Brasil jogar, mas principalmente porque a terra de Mandela receberia o mundo numa grande celebração, uma oportunidade histórica, quase uma mea culpa do mundo para com a África, em particular com aquele pedaço do continente, em que o Apartheid político, racial e social foi tão pesado e cruel. Tudo era expectativa.

Infelizmente, naquele 11 de junho, não pude comemorar, nem ficar feliz, por longos dias, semanas, meses e anos, pois naquele fatídico dia minha pequena Letícia foi diagnosticada com Leucemia (#Leucemia : Quando ela bate na sua porta! ), o processo da doença tinha se iniciado, aparentemente, uns 20 dias antes, quando ela começou a sentir dores lancinantes, primeiro nas costas, depois nas pernas, noites chorando sem que acalmasse. Logo de início fomos ao hospital, o plantonista ministrou o uso de Tandrilax( Relaxante muscular) e a procurar um ortopedista.

O Ortopedista pediu uma ressonância da coluna e exame de urina, as dores das costas foram para as pernas, depois para o abdômen, sem que parasse de doer. Até que na sexta, dia 11, fomos ao Hospital Santa Catarina, por uma coincidência, ou milagre, o médico que a atendeu, verificando os relatos, não teve dúvida em pedir um hemograma completo, com contagem de plaquetas. Horas depois, o duro resultado, não havia margem de dúvida sobre a gravidade de seu estado. O plantonista era mestrando em Oncologia Infantil, orientado pela futura “fada madrinha” de nossa vida, a Dra Tet.

Quatro anos depois, centenas de reflexões escritas neste blog, desabafos, choros, relatos de pequenas vitórias, de nossas dores, de nossas  superações, até a última quimioterapia (mais de 80 sessões), em 03 de Dezembro de 2012, com o posterior acompanhamento que continua por mais longos anos, posso dizer que o 11 de junho de 2010 é uma espécie de renascimento meu, dela, de toda nossa família, aprendemos a conviver com o medo, com a possibilidade de algo pior, mas também finalmente conhecemos todo o valor da vida.

Todos os dias, sentia-me num AA, viver uma dia após o outro, a busca da cura, a vida reduzida a um grande pesadelo, como se nunca fosse acabar, a libertação da parte mais difícil veio 2 anos e meio depois, agora estamos aliviados, voltamos a ser felizes, mais cuidadosos, mais atentos, amando cada vez mais um ao outro, sem jamais nos esquecer de dizer que nos amamos, até nos momentos que nos estranhamos. Minha filha é um exemplo de vontade de viver, de força, de perseverança, de garra e de luta, suportou tantas dores sem se entregar, silenciosamente nos poupou de dizer o quanto sofreu naqueles dias.

Obrigado, Letícia, obrigado meus amigos, tanta gente, de tantos credos, ou credo nenhum, que emanou energia, carinho e proteção nesta longa jornada. Amanhã teremos a abertura de uma nova Copa do Mundo, aqui no Brasil, amanheci feliz ao mesmo tempo tenso, as lembranças são fortes demais. Espero que esta Copa possamos comemorar muito, curti tudo o que não fizemos na passada, quase toda família chegará amanhã a São Paulo, desta fez todos com sorrisos na cara.

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6 thoughts on “1113: O Dia em que Renasci.”

  1. TAMBEM CONHECI A DOUTORA TETI , E PASSEI POR TODA A DOR QUE VOCÊS PASSARAM ,MINHA FILHA TINHA 13 ANOS ,QUANDO DESCOBRIMOS A LEUCEMIA, , ELA TEM AGORA 25 ANOS SE CASOU ESTA SE FORMANDO , E EU ME PEGO AINDA LENDO ESTE DEPOIMENTO DE VOCES E SENTINDO A MESMA DOR DILACERANTE QUE AS MAES SENTEM , O MEDO E AS LEMBRANÇAS NAO SE APAGAM DOS NOSSOS CORAÇOES MAS QUE DEUS SEMPRE NOS ILUMINE AMEM.

  2. QUE MENINAS LINDAS , TAMBEM PASSEI POR ISSO COM A MINHA FILHA, E AGUARDAVA MUITO AS VISITAS DA DOUTORA TET PARA RECEBER ALTA . , MINHA FILHA TAMBEM TINHA 13 ANOS QUANDO TEVE LEUCEMIA E A PIOR DOR DO MUNDO PARA UMA MAE ,MAS O TEMPO PASSOU , ELA SE CUROU, TEM HOJE 25 ANOS SE FORMOU ,MAS O CORAÇAO DA GENTE FICA MACHUCADO, MAS DEUS NOS ILUMINA,CONFORTA ,E NOS DA MUITAS ALEGRIAS AMEM.

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