Arnobio Rocha Política Vida, Utopia e as Lutas Políticas.

1149: Vida, Utopia e as Lutas Políticas.


Utopias e sonhos


“O que foi, torna a ser. O que é, perde existência.

O palpável é nada. O nada assume essência”. (Fausto – Goethe)

Fico remoendo ideias, escritos incompletos sobre temas complexos, depois quando releio percebo que faltou algo, por isto tento retomar ou reformatar alguns posts. As coisas que decidimos na vida, os valores que assimilamos, em particular, os de conteúdo político ou ideológicos, ainda que na tenra idade, são para sempre, independente de onde estivermos e de como pensarmos.

O método de análise e a racionalidade ou a paixão nos acompanhará sempre, não adiantando dizer que já não somos mais os mesmo, é fato que mudamos, mas em algum lugar da mente ou do pensamento vamos nos encontrar com aqueles “velhos” valores.

Mudar e refletir sobre os ideais, de como tornar viáveis os sonhos e os projetos, é mais que uma obrigação, pois é a dialética da vida, confrontar modelos, possibilidades, escolhendo melhores ferramentas para buscar um patamar maior, mas sempre com coerência e respeito aos valores de onde partimos.

Muitos amigos, companheiros e camaradas não aguentaram o baque da queda do Muro de Berlim e foram cuidar da vida, longe da militância. Alguns se tornaram absolutamente refratários a qualquer debate político, respeito-os, é uma opção de vida, de muitos que se doaram tanto, sem reservas.

Nestes processos de reflexões, entretanto há aqueles que simplesmente negaram tudo, inclusive a si mesmos, hoje ficam devotando ódio ao que defendiam e muitas vezes numa agressividade que assusta. Uma conversão dolorida, que deve torturar suas mentes, pelo menos aos de boa-fé.

Eventualmente quando os encontro não me olham nos olhos, a não ser quando fuzilam e destilam ódio, identificando em mim, talvez, a culpa de seus pecados, pois assim permaneci. Nem duvido da honestidade e honradez, mas não posso deixar de pensar, se um dia defendiam aquilo como verdade.

Agora que cheguei ao meio da minha jornada, continuo tendo um sonho, que é de envelhecer bem, sem precisar negar minhas ideias de quando era jovem, não significando que permaneça com as mesmas ideias, mas mantendo meus princípios e a Utopia.

Que reúna as condições materiais e de vida, para jamais me tornar refém de qualquer força que me obrigue a mudar de lado. Que tenha a sensibilidade de olhar sempre as pessoas sem desviar o olhar ou expressar ódio por aquilo que um dia defendi com tanto carinho e dedicação, pois nada me envergonharia mais do que isto.

Estas coisas ficam rondando na minha cabeça, me fez pensar na quantidade de rupturas pessoais e políticas nestes quase 30 anos de vivência política, as diversas reviravoltas que vivi, é quase um milagre continuar com alguma coerência. A vida pode levar a caminhos diferentes, mas espero não cruzar o rio, por mais estreita seja a margem que esteja a seguir, pois viver não é fácil, e viver é perigoso demais.

O servilismo à lógica do Kapital, ainda que aparentemente hostil a ela, é o que há de mais sofisticado e devidamente permitido pelo sistema, a internet virou o campo mais fértil para esta onda, de aparente questionamento ao sistema, aliás, até incentivado por ele, já que de alguma forma a causa, a revolta, alivia as tensões.

Por mais chato que seja, vou continuar a repetir, como mantra: Sem Teoria, sem conhecimento e sem ação, nada, ou quase nada se muda. Parece coisa século XIX e, é. Contudo, é uma questão inescapável, por mais forte e próximo (será mesmo) o “contato” via rede, sem saber o que queremos, ou por que nos contrapomos ao que nos cerca, é tudo em vão.

Sigamos.

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