Arnobio Rocha Reflexões O Relógio Mental.

1219: O Relógio Mental.


No meu caderno de tempo, mental, muito espaço, nenhum segundo

Uma das coisas que procurei não fazer no blog, nestes anos todos, foi escrever sob demanda, com pautas definidas ou temas impostos, por nada e ninguém. A razão é bem simples, o que escrevo aqui representa exatamente meu estado de ânimo, minhas alegrias, minhas frustrações, meus prazeres e minhas dores. Nada é mais estúpido do que ter um blog pessoal, mas com pauta alheia.

Aliás, é um ato de rebeldia, não ser tutelado por ninguém, por pressão, seja ela qualquer. Uma filosofia de contestação ao estabelecido, afinal já sou mandado por outros no trabalho, na vida pela necessidade de comer, de me reproduzir. Por fim, raramente conseguiu elaborar um artigo por apelo ou necessidade editorial, conjuntural, simplesmente não funciona comigo, até admiro quem consegue, mas não serve para mim.

A pauta mais extensa e profícua deste espaço foi o Crise 2.0, mesmo ali, em que cheguei a escrever dois ou três artigos por dia, não era por obrigação, mas pelo imenso prazer de descobrir e aprofundar o tema, conhecer mais, provocar debates, uma doce ilusão, claro, pois a repercussão foi quase nula, mas isto faz parte dos limites da qualidade do trabalho e, sem dúvida, da aridez do assunto, talvez se o texto tivesse mais apelo, teria alcançado uma massa crítica e de pensamento.

Então é bem normal que nestes últimos meses pouco ou quase nada me anima para produzir qualquer coisa, eventualmente vem um fiapo de inspiração, um pequeno texto, uma satisfação aos amigos que me acompanham pacientemente por aqui, mas nada que acalme minha alma e meu coração. Ficamos assim, quando der, escrevo, senão, o silêncio é meu lema, minha bandeira e meu norte. Lentamente vamos seguindo em frente para ir fechando feridas.

É o caminho natural da vida e do tempo, para que um cure o outro, por mais que tenha pressa, o dia continuará tendo 24 horas, o relógio não correrá por nossa vontade e necessidade, urgência. Tudo virá ao seu tempo, longo ou curto. É uma nota mental, escrita em voz alta, quase um grito, que reverbera no meu cérebro, e repercutindo pelo corpo.

Sigamos, ou não!

Pink Floyd – Time

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