Arnobio Rocha Reflexões Sem Acelerar, Viver.

1377: Sem Acelerar, Viver.


A medida de seu tempo.

“Carpe diem quam minimum credula postero” (Colhe o dia presente e sê o menos confiante possível no futuro – Horácio, Odes)

O tempo de correr já passou e é assim que começo a pensar e a tentar viver. Repensando o que escrevi a tão pouco tempo sobre a pressa: “Então vamos lá, atravessando desertos da alma, correndo contra o tempo, mas não sei para onde, mas correr é importante e dizem que até faz bem para saúde. É, olhando por este lado, vamos mais rápido ainda, todas as relações entram no ritmo alucinado da vida e desta pressa que não acaba”.

Para fechar ainda disse que “De tanto correr, começamos a cobrar que tudo e todos corram mais rápido ainda. Pare, para que tudo isto mesmo? A pergunta é fatal, as respostas as mais vazias, já não somos mais dados a pensar, refletir e responder”. São ideias em trânsito e mutação, valores que vamos esvaziando por outra realidade de vida e de expectativas.

Muito já escrevi sobre meus momentos tensos ou felizes que estamos atravessando, mas tento passar aos meus amigos uma visão positiva da vida, para que não percamos a fé, mesmo nos instantes mais terríveis, pois, “nada pode ser tão mal, que não traga um bem”, frase sempre repetida pelo meu avô Doca Rocha, nestas situações.

Quando eu ouvia a frase não entendia o porquê, ou mesmo a lógica dele dizer uma coisa tão contraditória. Hoje entendo plenamente a frase, seu sentido exato, por mais paradoxal que seja, é uma frase perfeita, sofisticada e de uma profundidade incrível.

Desabafo, grito e para minha sorte recebo o carinho de pessoas próxima, que nos conhece, e de pessoas que jamais vimos, mas que se solidarizam de forma sincera. Estas coisas confirmam a construção acima, no meio de um mal, você recebe um bem, totalmente desinteressado, algo inacreditável, que gera uma energia, uma capa protetora que nos impulsiona a continuar, enfrentar e viver.

Sinto-me iluminado, ter uma rede tão vasta de carinho e apoio, esta capacidade de nos envolvermos com “problemas alheios”, sem dúvida, é aquela chama de que somos humanos, mesmo por trás destas máquinas. Este blog e a solidariedade, carinho de amigos reais ou virtuais, são fundamentais, para continuar acreditando no dia seguinte, na meta a ser alcançada.

Noutras vezes, o amor incondicional que alimentamos por nossos filhos torna-se o combustível da fé de que tudo se resolverá e por eles temos que perseverar, lutar, trabalhar, mesmo que a mente e o corpo, em geral, estejam desconectados do cotidiano da empresa e da própria vida.

A vida segue em passos melhores e sem tanta pressa, mas com muita música.

“Fui à floresta viver de livre vontade, para sugar o tutano da vida. Aniquilar tudo o que não era vida. Para, quando morrer, não descobrir que não vivi.” (Henry David Thoreau).

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