Arnobio Rocha Reflexões Das Incertezas e da Escuridão

1411: Das Incertezas e da Escuridão


Luz? Onde? Essa é a busca incessante…

“De todos faz covardes a consciência” (Hamlet – W Shakespeare) 

Sim, faz um bom tempo em que não apareço por aqui, andei realmente meio sumido, sem escrever quase nada, mas não é por falta do que falar, ao contrário, tenho muito, entretanto a vida tomou um rumo absolutamente inesperado, que esses últimos meses estou tentando dar conta de tantos eventos simultâneos e tão fortes, contraditórios que apenas estar vivo e com a mente mais ou menos em ordem já é uma baita vitória.

Algumas vezes me sinto na cena das revelações de Édipo Rei, e os verso do Corifeu batem na minha mente seguidamente:

“aos muitos males que nos ferem
agora vêm juntar-se novos!”

Açoitam-me!

Quantas vezes mais? As chicotadas no lombo, a alma ferida, mas a ordem interior é resistir mais e mais, jamais me dar por vencido, não ceder ao medo ou ao desespero, desesperança, por essa fase terrível, em que a cada nova pancada, a seguinte está vindo mais forte para me derrubar.

Então o silêncio vem da necessidade de segurar a onda, fortalecer o espírito e enfrentar um a um, esses complexos desafios. O quadro é agravado por uma conjuntura política francamente trágica, caótica, sem Democracia e Política. E assim, se somam às questões pessoais, perdas, mortes, doenças familiares, saúde, trabalho incerto. O que dizer de positivo, como compreender uma virada tão brusca?

A literatura continua sendo meu refúgio, a necessidade de trazer os versos, as frases para o que vivo, encontrar um sentido amplo para tudo pelo o qual passamos e sentimos, sem nos perdermos pelo caminho.

Quem sabe a poesia possa iluminar a escuridão e nos ajude superar a dor, aplacar os males e suportar as dores, quem sabe, pois o “Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes?”

São graves instantes de dúvidas, de grandes incertezas e de profunda inquietação em que é proibido desistir, por pior que pareça ser, vamos teimar em lutar, com as boas armas, as mais justas e firmes, sem concessões sobre os nossos caros valores, no que mais acreditamos e defendemos.

Pois, afinal, “A vida é bela, que as gerações futuras a livre de todo mal”.

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