Arnobio Rocha Crise 2.0 Um Novo Crash nos EUA?

1457: Um Novo Crash nos EUA?


Crise: Uma velha conhecida do Kapital volta a ameaçar.

“Cada crise destrói regularmente não só uma grande massa de produtos fabricados como também uma grande parte das próprias forças produtivas já criadas. Uma epidemia, que em qualquer época teria parecido um paradoxo, desaba sobre a sociedade – a epidemia da superprodução. A sociedade vê-se subitamente reconduzida a um estado de barbárie momentânea” (Manifesto Comunista – Marx e Engels)

A economia dos EUA cresce constantemente desde 2010, depois do crash 2005/2008, especialmente a queda de 2009. Porém, nos últimos 5 anos, todos os trimestres e anualmente se tem uma evolução impressionante. É preciso lembrar que a virada de 2012 para 2013, o governo central quase entrou em colapso porque o congresso não votava o aumento de endividamento interno, a relação PIB x Dívida pública, quase “matou” o Obama II.

Superada essa nervosa negociação, a explosão da dívida pública que foi fruto do resgaste de trilhões do bancos pelo Bush Jr e Obama I, não havia acordo no congresso para esse patamar explosivo de endividamento, pois os banqueiros, donos do governo e das agências, estavam salvos, enquanto a população continuava com dívidas astronômicas de suas hipotecas, sem renovação, além do desemprego gigante e bolsões visíveis de miséria em grandes e ricas cidades dos EUA.

A curva do PIB (gráficos abaixo) volta a crescer, patamares menores, mas constantes, com aumento do emprego, ainda que com salários menores, mas com massa empregada menor, o que se verifica um aumento ainda maior da taxa de empobrecimento, não mera por coincidência, o maior número de bilionários, como a entrada de empresas na casa dos trilhões, Apple, por exemplo. O desequilíbrio, concentração está em linha com o Ultraliberalismo.

  • PIB dos EUA, anualizado (2008 – 2018)

    US Beareu of Economic Analysis.
  • Evolução do PIB dos EUA, pelos últims trimestres.

US Beareu of ecomonic analysis.

 

Quem leu esse blog, especialmente a série Crise 2.0, não teve nenhuma surpresa com a eleição de Trump. nos pareceu algo absolutamente natural, ainda que inusitado e desconcertante que uma figura histriônica, pilote a maior máquina mortífera da história da humanidade. Como um ser moralmente desprezível e miseravelmente pobre intelectualmente pode vencer uma eleição complexa como a dos EUA?

A tese do  Estado Gotham City, que também desenvolvemos por anos nesse espaço, ajuda a entender o fenômeno, inclusive a sua fase outonal, a ameaça de queda eminente pelo possível processo de impeachment, um Golpe urdido e envergonhado pelo Kapital contra um de seus representantes, por excessos típicos dos bufões. Mas a questão da queda é por moral ou por que algo vai mal na economia?

A resposta, do nosso ponto de análise, é bem clara: Estamos próximos de uma novo mergulho da economia dos EUA, há um claro movimento de superprodução de Kapital, as condições de amplo crescimento, constante, taxa do PIB do trimestre, em julho de 2018, bateu os incríveis 4%, o que lança uma perspectiva de dobrar o crescimento anual, a taxa bruta de formação de Kapital bateu 20%, a taxa de ocupação produtiva acima de 85%.

Na outra ponta, o desemprego é o menor desde 2005, abaixo de 4%, o que passa a pressionar os salários, diminuindo a taxa de lucro, a patamares inviáveis para o processo de produção de valor. Aliada a esses índices a taxa de inflação superou 2%, o que pressiona para aumento da taxa de juros, ameaçando a fechar as torneiras dos empréstimos positivos, pelo risco de não pagamento deles.

O nervosismo maior, tenham certeza, não é a punição das estripulias e embuste eleitoral de Trump, mas o receio, real, de que não seja capaz de liderar o país, num novo crash. O desgaste da imagem interna e externa, fecharia as portas para soluções feitas pelas agências, especialmente o FED.

Nesse ambiente, em que a política e a democracia são meros detalhes, a figura Trump, pode perfeitamente se tornar irrelevante, sua tosca ameça de que “Se eu sofrer impeachment, mercado entrará em colapso”, nem assustou o mercado, ao contrário, parece até uma piada, pois o colapso real, não é político, mas a ronda de uma novo crash, produzido pela Crise, a pletora do Kapital.

Voltemos ao embate, principalmente agora que as luzes vermelhas estão piscando em Wall Street, aí cria um alvoroço na Direita, na esquerda mais ainda, muitos abrem Marx sem encontrar as páginas.

Acompanhemos!

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