Arnobio Rocha Diário de Redenção Onze Meses – Inolvidável Sentir

Onze Meses – Inolvidável Sentir


Minha Leleka, é impossível esquecer cada coisa que vivemos, como dói…

“Tua existência é uma noite interminável.
Jamais conseguirás fazer-me mal” (Sófocles)

Os onze meses passam lentamente, no ritmo de um relógio que teima em não mudar os segundos e minutos, formar novas horar, que comporão os dias, como se quisessem torturar a quem precisa que ele corra, vá mais rápido e leve a dor, a tristeza e a enorme saudade para mais longe, no tempo e no espaço, pois a mente, segue o tortuoso passar dos segundos.

Nesses dias lerdos, em que o peito sente mais forte, vamos escrevendo sobre aquilo que nos sufoca, o que nos oprime e sobre temas sobre os quais, não dominamos e/ou nenhum interesse mais nos causam, por exemplo, vaidades humanas, mesquinharias, quando juntas, nos fazem sofrer um pouco mais, aumentando as péssimas vibrações de quem já vive tão atormentado.

As lembranças, mesmo as mais pequenas, como descrevi outro dia, nos fazem sentir mais conectados, com a Letícia, uma roupa, um livro na estante, uma mensagem num retrato pendurado, são memórias vivas dela e nossas.

Muitas vezes nos pegamos falando no presente, quando sabemos, que tudo virou passado, inclusive, a nossa felicidade e o prazer pela vida.

Pouco efeito tem, quando pensamos em recriar determinadas situações, reviver coisas que fazíamos juntos, não tem como emular, o que já não existe, é cruel constatar o óbvio.

De alguma forma, voltar aqui, mês a mês, em cada dia 18, é lutar contra nossos medos, o pior deles, de que a imagem da graça dela se dissipe do nosso imaginário. A imaterialidade, a distância, vai fazendo com que tenhamos apenas uma fotografia mais pálida de quem se foi, esquecemos o som da voz, o jeito de sorrir, as opiniões, o cheiro, a forma como nos falávamos.

É apavorante.

Então escrever é rememorar, é reviver esses sentimentos tão bons, como também é apagar os momentos críticos, a despedida abrupta, violenta e  inaceitável, a forma como teve seu desfecho, temas que não falamos abertamente, pois machuca e sobre os quais, nunca saberemos se devemos lutar, para que as feridas, que não se cura, fiquem abertas e sangrando, para todo o sempre.

O calendário agora é para pensar, dia a dia, o que fizemos há um ano, vez que, nesses onze meses, apenas sobrevivemos, sabe-se lá como e por quê.

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