Arnobio Rocha Diário de Redenção 13 vezes e voltamos ao dia 18.

1595: 13 vezes e voltamos ao dia 18.


A dor da morte e dor da vida se fundem num sofreer.

“aos muitos males que nos ferem
agora vêm juntar-se novos!” (Édipo Rei – Sófocles)

Por mais que se espere que esse luto passe, mesmo que há muito tenha se transformado em Luta, a coisa toda não funciona com data marcada, um semana, um mês ou um ano. As marcas foram ultrapassadas, mas o dia 18, em seu 13º giro, continua a me abalar, a ser mais um dia difícil de enfrentar e mais complicado para ser vencido, o que apenas demonstra a ferida está aberta.

Nenhuma vontade de que esses textos se tornem um pequeno muro de lamentação, muito menos que sejam vistos como uma apelação para que alguém se compadeça, nada disso, escrevo o que escrevo como uma nota mental de que nesse dia, nesse momento era o que estava sentido, que não consigo segurar e que o desabafo é um método de ação, de extravasar.

A vida tem sido um constate dolor, uma dor leva a outra, como se retroalimentando e batendo mais forte, sem parar e novas dores, desesperos vão se juntando de forma inacreditável, nada parece parar, apenas a teimosia de seguir em frente, é que nos impede de desistir.

A despedida de Letícia não nos trouxe apenas um vazio imenso, parecia um fechamento terrível de um ciclo, longo, longos 8 anos e meio, entretanto, apenas abriu um novo capítulo de incertezas e outras dores, outros riscos, infelizmente vamos ter que enfrentar mais uma vez o desconhecido, aliás, nem tão desconhecido limiar da vida, a ante-sala, que é a morte.

Essa mistura turbulenta de sentimentos não nos é estranho, a luz e o sorriso de nossa Letícia, continue a nos iluminar e a nos ajudar nos novos mergulhos, ao outro lado da lua.

Saudades, Letícia, bem, nem é isso, pois a saudade é uma esperança de rever, então não é o caso, é só dor por saber que nada mais voltará, nada.

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