Arnobio Rocha Reflexões O Libertador uso da Loucura.

1801: O Libertador uso da Loucura.


A persistência da memória (Salvador Dali)

“Mesmo na loucura, revela um método” (Hamlet – W. Shakespeare)

É quase uma loucura, se não for loucura total, achar que o resto do que sobrou da minha vida será normal, não será, já não foi nos últimos 11 anos de um pesadelo que não acaba nunca, nem mesmo com a morte de Letícia, houve tréguas, muitos buracos estavam abertos, dificilmente serão fechados, nem me preocuparia mais com eles, vamos como dar e der, nada mais.

Ter sanidade não é uma opção, aliás, existe isso “sanidade”, de perto, ou de longe, ninguém é normal, no máximo legalzinho, uns fingem melhor do outros, para ter uma condição humana aparentemente mais digna, algo assim, pensado ou não, ou por alguma regra moral, religiosa, e/ou ética de vida.

Pensando bem vivi quase sempre dentro das regras gerais de aceitabilidade do cidadão comum, chega-se ao momento fatal de se perguntar se valeu a pena ser o “operário padrão”, o “trouxa do ano”, e os demais títulos consolo pela sua mediocridade e vida amorfa? Vida sem grandes feitos, convivendo com seus defeitos e desvios, pequenos ou grandes que se toma na vida.

Essas reflexões não são punitivas ou para juntar uns tapinhas nas costas, “pense bem, você é legal”, “ah, isso passa, logo você ficará bem”, ou frases mais sofisticadas de apoio, pois tememos dizer o que realmente pensamos sobre os outros, a etiqueta do comedimento, não ofender, não ser rude, coisa do tipo.

Exercer essa crítica (auto) sobre si não ganha caráter de ruptura com a vida, riscos que possam preocupar ninguém são meras constatações de nossa torpeza, de nossas indigências pessoais, sabe aquela coisa de que você faz cocô,  e é feio alguém saber.

Sua vida pode ser uma merda, porém se ninguém imaginar você no vaso, tudo bem. Tudo vale dizer, menos a escatologia.

As tragédias pessoais acabam lhe desreprimindo e você ganha o direito até a licença poética de falar o que quiser, pois as pessoas vão lhe compreender e ter dó de si. É engraçado, você passa a ser mais tolerado, há certas reservas de não confrontar, risível.

É ou não é para ser louco, tenho minhas duras razões para exercer com muito cuidado, até racionalidade, essa piração, um maluco beleza, ou ter método.

O melhor de tudo isso, é que ninguém vai querer me “consertar”, talvez até tentem me “concertar” (manipular), até disso, poderei rir.

Beijos.

https://www.youtube.com/watch?v=AEp08vVYreg

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