Arnobio Rocha Reflexões Um Mar de Sangue, de Dores e de Tristeza.

1814: Um Mar de Sangue, de Dores e de Tristeza.


Um mar de sangue e de vidas perdidas, a trisiteza sem fim.

Tempos difíceis e jamais imaginados.

A cada dia se noticia a partida de alguém próximo, um parente, um irmão, um pai, uma mãe, aquele tio querido, um primo. Tudo isso vai se transformando num gigantesco quadro de morte e perdas, todas irreparáveis, para seus entes amados e conhecidos, amigos, vizinhos.

Estamos nos afogando num mar de sangue e tristeza.

Milhares morrem pela doença pandêmica, outros morrem por desesperança e de profundo pesar, simplesmente não conseguem continuar, É  um coração que para de bater de forma abrupta, um acidenta cardiovascular, e alguns outros dão cabo à vida porque já não aguentam de tanta dor espalhada em volta dele que fica intolerável viver desse jeito.

A humanidade experimenta um mal terrível que, ou a redime, ou a destruirá completamente.

Infelizmente não temos como lidar com tantas dores e tantas incertezas, as doenças afloram, na somatização de sentimentos ruins.

A fome, a miséria, o desemprego, o desabrigo, são as mazelas visíveis e até remediáveis, mas a dor da alma, o desassossego invisível, esses parecem que não encontrarão cura tão cedo, por mais que tentemos buscar alternativas a elas, imediatamente sobrevêm novos fatos que tornam quase uma fratura exposta.

Quase impossível manter a sanidade nessa quadrada da aventura humana na terra, que é quase um flash, pouco mais de 10 mil anos, num planeta de 4,5 bilhões de anos, ou seja, nossa temporalidade é tão ínfima, ao mesmo tempo catastrófica, como se a evolução humana seja uma necessidade para destruição completa da vida, das espécies e do próprio planeta-mãe.

Pensar em nossas micro tragédias é uma forma de compreender de que deveríamos pelo menos tentar mudar, o que infelizmente não parece ser o que se desenha. É melancólico sentir tudo isso, tentar se desligar do todo e viver apenas uma parte, a menor possível.

Hoje, agora a pouco, soube que uma grande amigo está a nos deixar, a irreversibilidade de seu estado de saúde, apenas lhe resta partir sem dor, e isso me fez sentir tão pequeno, mínimo e impotente.

Boa viagem, meu amigo.

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