Arnobio Rocha Literatura As Artes deram sentido à Vida Humana

1932: As Artes deram sentido à Vida Humana


Nas cavernas ou nas telas dos celulares, a rebeldia humana está presente.

‘A arte existe porque a vida não basta’ (Ferreira Gullar)

A humanidade criou as artes para não morrer de tristeza e viver apenas uma vida medíocre de trabalho e dor, precisa ter prazer e imaginar várias possibilidades de vida diferentes, ou mesmo retratar, pela arte, sua dolorosa existência. Assim, em regra, é para aliviar o sofrimento com a realidade concreta que artes tem sua importância vital na história humana.

Artistas absolutamente geniais, ou mesmo a minha escrita medíocre, são expressões de inconformidade da humanidade com o que se vive, ou para que se vive, é nas artes, muito mais que nas religiões que ser o humano se supera, se torna algo maior do que nossa natureza animal, aliás, as religiões são criações artísticas do humano, buscando uma razão ilógica da superioridade sobre os demais seres.

Há uma fusão,, em todos os momentos da história humana, entre artes e religiões, desde o elementar culto, uma espécie de teatro, no ritual de representar algo sagrado, superior a todos nós, ou mesmo na forma visual de imagens, símbolos, de deuses e deusas, por todas as épocas, muito mais ainda na comunicação escrita da cosmogonia (qualquer que seja) e a escatologia.

A humanidade foi se sofisticando e essa simbiose com as religiões foi primordial para preservar e ampliar o imaginário humano, inclusive, das rupturas com o sagrado. Óbvio, sem esquecer, o elemento central, o Poder, a capacidade de coerção e de mando de uns sobre os demais, tendo nas artes a força capital de convencimento e de submissão ao Poder Democrático ou Despótico.

As artes, as religiões, as formas de Poder, tornaram a humanidade uma expressão maior de sua própria criação, quer seja divina ou que seja natural (evolutiva), ou a fusão dos conceitos.

A realidade atual, a distopia, ou mesmo a pretensa superioridade sobre todas as épocas, não conseguem domar o espírito rebelde, primevo, da mesma mulher ou do mesmo homem, que de forma rudimentar gravavam suas mensagens numa caverna, sob o medo de não sobreviver, continuam sendo, em essência, os mesmos e mesmas, que passam seus dedos sobre as telas dos ultramodernos celulares.

Continuaremos sendo “artistas”, anônimos ou geniais, pois está no nosso DNA, a rebeldia de viver.

 

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