Arnobio Rocha Reflexões O Sucesso, ou nada!

2002: O Sucesso, ou nada!


O sucesso a qualquer custo, “cancela” amizade e reforça o abandona da velhice,

Nessa época de barbárie, a ordem é o sucesso, nada menos do que isso. Ou se faz sucesso, ou não se presta para nada.

Qualquer sinônimo de fraqueza que se apresente, de desajuste, se é descartado (a), ou vira cidadão (cidadã) de segunda categoria. Às vezes até se é visto como de mau agouro, melhor não conviver, pois pode trazer má sorte, que não tem aquela energia fundamental para o sucesso, para brilhar e conquistar fama, dinheiro, posição social, em síntese, “se dar bem na vida”.

As mazelas humanas são analisadas como uma espécie de culpa daqueles que estão vivendo sob essas condições de miséria, nas ruas, ou em casa pobres. Para aqueles faltou mais esforço, faltou força de vontade ou é pura vagabundagem, não quer trabalhar e vencer, se trabalhasse mais, não estaria assim tão ruim.

O importante é vencer, ganhar, aos perdedores, manter-se à distância, nenhum contato, ainda que possa ser parente, até próximo, no máximo em festas, e sem fotos, só por caridade, mas sem curtir nas redes sociais.

É tudo muito estranho, ou não há qualquer estranheza, é simplesmente a lógica do Capital que impõe o padrão de comportamento, de competitividade estúpida, e o parâmetro de valor maior é o sucesso. Essa onda horrenda é ampla, tem uma aceitação social e humana, algo que é inumano, que divide, é doloroso, pois as dores da alma, as fragilidades próprias da vida ou por situações extremas, não são acolhidas ou determinante para exclusão de convívios e de oportunidades para que se vá em frente.

A maior prova desse comportamento social canibalesco é para com a velhice, além dos vulneráveis sociais, os (as) idosos (as) são constantemente abandonados (as), tratados (as) como peso, prejuízo para sociedade, suas aposentadoras constantemente diminuídas, no sentindo oposto, planos de saúde e remédios mais caros e mais necessidade de tratamento e de cuidados, passam a receber na cara de que são os culpados (as) pelo desequilíbrio fiscal e da previdência.

O máximo de carinho, muitas vezes, é no limite dos proventos de aposentadorias, não dando para custear (e não dão), as próprias famílias reproduzem a visão de que ele (elas) são improdutivos (as). A decadência de vida da velhice é aumentada com o desprezo.

Que fase!

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