Arnobio Rocha Política O fator Boulos!

2043: O fator Boulos!


A trajetória de Boulos o credenciam aos novos voos políticos.

Guilherme Boulos (PSOL/SP) é um dos grandes quadros da “esquerda da esquerda” (na definição de Boaventura Soares), alguns dizem “esquerda de verdade”, esquerda programática. Boulos tem sua trajetória politica iniciado na juventude do PCB (recriado), virou quadro dirigente do Movimento do Sem Tetos (MTST), e que apareceu nacionalmente no bojo das manifestações de junho de 2013, depois na oposição à copa de 2014, um crítico feroz dos governos petistas e de oposição á Dilma.

Após a vitória de Dilma em 2014, e a ingovernabilidade imposta pelo Kapital, Boulos se manteve na oposição, mas se aproximou, de forma crítica, do movimento contra o GOLPE e depois quando a Lava Jato passou a intensa ofensiva pela perseguição e prisão de Lula, Boulos teve uma postura de solidariedade e de defesa do ex-presidente, num ambiente tão complexo.

Nesse novo contexto, Boulos, se filiou ao PSOL, no inicio de 2018, sendo escolhido como seu candidato à Presidente da República, no segundo turno foi um apoiador de primeira hora de Fernando Haddad, depois numa maior proximidade na luta pela defesa da liberdade Lula, angariando muito respeito no PT e críticas dentro do seu próprio partido.

Em 2020, a projeção de Boulos, numa campanha para prefeito de São Paulo, foi muito bem articulada, ocupou um espaço político do PT junto às classes médias de São Paulo, que tinha se afastado do PT, desgastes políticos, escandalização e perseguição de mídia, abriu esse importante flanco, que Boulos ocupou, muito além do PSOL, fácil verificar, pois ele teve votos para prefeito, chegando ao segundo turno, não refletindo nos votos para vereador de seu partido.

Esse crescimento de Boulos, o projetou nacionalmente, sendo muito bem cotado para novas disputas, tinha importantes índices nas pesquisas eleitorais para governo de São Paulo. Seu grupo político no PSOL (Revolução Solidária) defendeu a tese do apoio imediato ao Lula nas eleições presidenciais, sendo fundamental para essa resolução, o credenciando como a maior liderança do PSOL.

Nessa última semana, Boulos, retirou sua pré-candidatura ao governo estadual, defendendo uma aliança para apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad, ao mesmo tempo, se pôs como candidato a deputado federal, e obteve compromisso público de Lula e Haddad, que em 2024, Boulos será o candidato a prefeito de São Paulo, com apoio do PT.

A candidatura de Boulos à deputado federal provavelmente será uma das mais votadas no estado de São Paulo, se eleito, será o grande nome para o congresso, na esquerda. É fato que sua candidatura dará ao PSOL uma maior visibilidade e pode assegurar ao partido números acima da cláusula de barreira, um feito importante para um partido ideológico à esquerda.

No meio da militância petista, há um burburinho de votação em Boulos, pelo seu gesto  de abrir mão de candidatura ao executivo, o que demonstra que a militância tem a dimensão da importância que Boulos tem e o futuro que terá à frente, tem apenas 40 anos.

Claro que, por outro lado, Boulos levará ao congresso, confirmando sua votação expressiva, uma série de deputados (as) que lhes são críticos (no próprio PSOL) e que dificilmente apoiará um governo Lula, o que também faz parte da política. O receio é justo, uma preocupação real, mas não deve ser razão de maiores disputas, a vida política apresenta essas questões, importante foi o gesto maior.

Parabéns, ao companheiro Boulos, pelo desprendimento, mais ainda pelo amadurecimento político, compreendeu bem o jogo necessário e o cenário político complexo.

Claro que votaremos nos candidatos do PT, a candidatura de Boulos ajudará as candidaturas do PT, Haddad e Lula. Em 2024, estaremos juntos.

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