Led Zeppelin- The Rain Song
These are the seasons of emotion
And like the winds they rise and fall
This is the wonder of devotion
I see the torch we all must hold
This is the mystery of the quotient
Upon us all, a little rain must fall
(The Rain Song – Jimmy Page/Robert Plant)
Lentamente Robert Plant vai quase declamando os versos de The Rain Song, uma das canções mais extraordinárias do Led Zeppelin. Os seus acordes não têm nenhuma pressa, a batida é metal, mas deriva para um blue, meio jazz, o que produz uma sensação de viagem, lisergica ou onírica.
O avião em cruzeiro produz uma experiência de se estar num voo, literalmente, entre as nuvens, o pássaro de metal avança, cortando o ar, nada e ninguém me interrompem, e é profundamente o deslocamento, a inércia, quase paralisia de todos os sentidos.
O dedilhar na guitarra, no baixo, só a batida quase incidental de John Bonham nos diz e conduz a um voo lírico, uma licença poética, que conforta e vai envolvendo corpo e mente, nada pode parar.
O sol alto, no alto das nuvens, a chuva não vem, ela foi plena, no (Led) Zeppelin, sabe-se lá sob qual estado compuseram, sob quais os efeitos, apenas ela se propaga, numa onde e prossegue 50 anos depois, como e sempre, fosse a primeira vez. Aliás, um clássico se faz assim, ao reler, ouvir, rever, nos parece incrivelmente novo e novo.
Um estranhamento, encanto, voo e viagem, sempre e sempre.
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