Arnobio Rocha Estado Gotham City Trump e a nova marcha da insensatez dos EUA.

2353: Trump e a nova marcha da insensatez dos EUA.


A desistência de Ron DeSantis significa que Trump será o candidato Republicano.

“de sacrifícios sangrentos estão cheios os altares de todos os deuses. Mas não há remédio para os males!” (Alceste – Eurípedes)

Primeiro é preciso dizer que o Presidente do EUA é quase um figurante dentro da máquina burocrática que se autonomizou frente a Democracia e funciona muito bem, muitas vezes, apesar do ocupante da Casa Branca. Essa autonomia que venho denominando há quase 15 anos como Estado Gotham City, governos dominados pelas agências reguladoras, estas, capturadas pela fração burguesa que controla o Capital.

Quando se desce na burocracia, os Governadores e mais ainda os Prefeitos, ainda têm papel ativo na administração, mas olhando para o topo, a presidência, percebe-se, notadamente que dos anos 2000 em diante, que cada vez mais não exercem poder ativo, capacidade de decidir os rumos do país, as eleições e seus vitoriosos são tutelados (dirigidos) pela azeitada máquina do Estado, daí não se sabe qual diferença há entre Bush II, Obama, Trump ou Biden.

Bem lá atrás, Gore Vidal, alertava sobre o funcionamento do governo, que as eleições americanas eram um ponto alto de uma festa, de um grande teatro, mas que desde Roosevelt, nada significava e não importava o vencedor, elas, as eleições, eram apenas um grande entretenimento, que os burocratas cediam e toleravam de quatro em quatro anos, sem no entanto, nada mudaria na lógica do Estado.

O ocupante da Casa Branca e de alguns países centrais, super desenvolvidos, o Capital criou um simulacro de Democracia, em que tudo muda, para nada mudar, mantendo o controle violento sobre as instituições, cada vez mais reacionárias e restritivas, o que corresponde a forma como o sistma capitalista se apresenta, hoje sobre a forma ultraliberal.

O desastrado Bush II, tido como relativamente incapaz, deu lugar ao super inteligente e charmoso, o primeiro negro Presidente, Barack Obama, vencedor, por obra e graça, da queda do muro de wall street, o que parecia ser uma esperança para os debaixos, logo se revelou ser seu pesadelo. Obama, assim como os demais ocupantes do salão oval, são rapidamente tragados por quem manda, que, certamente não são eles. Um governo violento, senhor de guerras no mundo e de golpes contra Democracia, o bad cop, era justamente, Joe Biden.

Trumo se elegeu para surpresa quase geral. particularmente escrevi um mês antes de que ele venceria, a Economia claudicava e Hillary era extremamente arrogante, claro, a questão do machismo falaria mais alto. O medo com Trump não se demonstrou na prática, suas ordens era ignoradas, e uma relação conveniente dele com a burocracia se criou, ele passava o dia no twitter com abobrinhas e diatribes, ela, a burocracia, fingia obdecer. O resultado geral é que não foi um mau governo, crescimento econômico, mas foi derrotado pela Pandemia, mesmo assim Trump teve mais votos.

Biden assumiu e o trumpismo cometeu um grave erro, a tentativa de golpe, criou-se um ambiente favorável para algumas mudanças, inclusive o isolamento desses tipos “loucos”, como Trump. No entanto Biden não teve energia e nem capacidade de tocar um projeto mínimo com a brurocracia, seu governo e sua imagem nunca inspiraram uma capacidade de transformação, a economia entra em queda, num novo ciclo de crise, o que explica o crescimento de Trump.

A alternativa a nova volta de Trump era o ultraconservador, Ron DeSantis, o jovem governador da Flórida, seu governo é de ataques aos imigrantes, sua atuação é de negacionismo radical, proibindo exigências de vacinas contra covid-19, apoiou que Trump deveria lutar contra os resultados eleitorais nos colégios que ele perdeu. Credenciou-se como candidato à vaga dos Republicanos, ontem, 21 de janeiro, ainda bem no início do processo de prévias, renunciou e vai apoiar Trump.

Trump, mesmo com todos os processos e ameaça de prisão, pode ser eleito estando preso, será o candidato dos Republicanos e, parece, amplo favorito, frente ao decrépito Biden, que caminha para uma derrota, os resultados ruins da economia, as escolhas desastrosas, por exemplo, agora o apoio incondicional ao governo de Benjamin Netanyahu, afugentando. assim, setores mais progressistas de apoio ao candidato.

Nessa nova roupagem, o fanfarrão tuiteiro Trump, impulsionado pelo adversário interno, DeSantis, apresentou uma plataforma mais radical, para esvaziar (e conseguiu) seu concorrente. As perspectivas para novembro parecem funestas, dois péssimos candidatos, um país em crise, nas mãos do FED do banqueiro, Jerome Powell.

É uma tragédia sem fim.

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