Arnobio Rocha Política Surf e Onda Política

1562: Surf e Onda Política


O voo de Gabriel Medina, o surfista que pôs o Brasil no Topo.

“But I need more than myself this time
Step from the road to the sea to the sky”
(Snow – Red Hot Chilli Peppers)

Meu primeiro contato com surf foi em 1984, na Escola Técnica Federal, um colega de classe era surfista, ou fingia ser, Pedro Carlos, o Xuxa, Pedro Bundão, se tornou um grande amigo e me explicava como era surfar, a paciência, a aventura. Passei a acompanhar o esporte, saber sobre as competições e os primeiros surfistas brasileiros no mundo.

Morando em São Paulo, fui designado para uma implantação de telefonia no Guarujá, em 1990, por coincidência teve uma etapa do mundial de surf na cidade e vi de perto alguns idolos, Fabinho Gouveia, Picuruta Salazar, Fábio Silva, Teco Padaratz. Ali pertinho de casa, fui ver a competição, parecia muito informal e divertido aquele mundo colorido.

Aquelas ondas, eram para curtir, via o equilíbrio dos caras, ficava maravilhado. Muitos anos depois, daquela geração, surgiram os nossos campeões mundiais e potenciais campeões como, Adriano de Souza, Mineirinho, Felipe Toledo, Ítalo e o maior deles, Gabriel Medina. Assistir esses caras competindo de frente com Kelly Slater, Mick Fanny, John John Florence, e é um prazer ficar horas na TV ou no celular acompanhando a WSL.

De certa forma aprendi as regras básicas do esporte, como se julgam as performances e, principalmente, apreciar as manobras e estilos. O que me leva a pensar sobre a relação com a prática política e jurídica, pois tudo na vida está ligado às relações que estabelecemos entre elas no cérebro, as mais distintas, inclusive,.

Vivo no meio de grandes surfistas (advogados, políticos), eles pegam ondas altíssimas, sabem usar a prancha, conseguem soluções incríveis, despertam grande admiração em mim, como encontram saídas nos tubos (jurídicos), até mesmo os aéreos, conseguem executar, num judiciário cada vez mais quadrado e de águas turvas, turbulentas demais.

Há um lado meio estranho que convivemos, para um não surfista, duplamente, ainda não entendo, por que o medo de que alguém comum possa surfar também, o protagonismo deve ser no nível da WSL. Como se o mar fosse tão pequeno e que só alguns poucos podem curtir a brisa em cima de uma prancha, ou numa sustentação oral, um tribunal de juri.

Do meu lado continuo apenas olhando de longe, o que faço, no máximo é pegar “jacaré”, sem nenhuma ambição de lattes imenso, alguns têm tantos títulos que lembram as muitas estrelas e medalhas dos milicos, não é mais meu objetivo de vida, que é apenas viver, nem entendo do receio alheio.

Continuemos no surf.

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