Arnobio Rocha Filmes&Músicas Um Dia e Meio – A Violência contra as Mulheres!

Um Dia e Meio – A Violência contra as Mulheres!


O excelente filme sueco traz vários elementos da sociedade atual.

O filme sueco “Um dia e meio” (A Day and a Half), na plataforma Netflix. é brutal, duro demais, sem apelação, mas são vários socos no estômago vazio. Ele traz o debate sobre violência contra as mulheres, na verdade é soma de violência contra as mulheres, perpetrada por homens e mesmo entre mulheres (mãe e filha) que reproduz o horizonte machista de uma sociedade burguesa.

O filme tem roteiro e direção do excelente Fares Fares, é estrelado por Alexej Manvelov que interpreta Artan, um imigrante albanês, ex-marido de Alma Pöysti, Lousie, a mulher sueca filha de uma família pequeno burguesa xenófoba e racista, e pelo próprio Fares Fares, o policial Lukas, também filho de imigrantes árabes.

O filme é baseando numa história real acontecida na rica Suécia, em 2008. O imigrante Artan tenta se reaproximar da ex-mulher, a enfermeira Lousie, para pedir que ela lhe franquie a convivência com a filha de um ano, depois de uma relação turbulenta e violenta entre ambos e com a família de Lousie, em que mistura distúrbios psicótico, depressão pós-parto, traição e o racismo/xenofobia  dos pais da enfermeira que usam de poder econômico para levar a prisão e afastamento de Artan do convívio com a filha e a neta.

A construção dos diálogos e dos personagens dá credibilidade e força ao filme, que conta uma história de uma temática de caráter universal, que poderia ter acontecido em São Paulo, ou no Paraná, pois há elementos comuns, a violência contras mulheres, o racismo e a xenofobia, as micros e macros violências no âmbito familiar.

O ambiente sufocante de um sequestro, uma arma apontada para cabeça de uma mulher, reproduz a ação da sociedade patriarcal, a força de dominação das mulheres pela violência, a imposição da condição de mãe, exigida pela mãe, pelo pai, e pelo marido, a despeito dos problemas psicológico e do desajuste social.

É muito duro, profundo, dolorido e real, numa filmagem que te leva para dentro do conflito, em que se sofre junto, nos faz refletir sobre nossa condição humana e nosso modo machista de ser.

É angustiante, nem mesmo sabendo que será apenas um hora e meia e de uma história de um dia e meio.

Imperdível.

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